Anistia Internacional relata descaso do governo brasileiro sobre os direitos indígenas
Por Luana Luizy,
de Brasília
“Milhões de brasileiros não têm garantia do direito à posse e estão vulneráveis a remoções forçadas”, critica o estudo. A política de concessões de licenças ambientais que prejudica as terras indígenas, aliada a grandes obras facilitadas pela presidente Dilma Rousseff, é citada pela Anistia.
“Demonstra a real situação dos povos indígenas e, sobretudo aquilo que considero como a maior ameaça a existência desses povos que é o plano de expansão energética do Brasil, com a construção de dezenas hidrelétricas que vão impactar a vida deles para sempre”, afirma Felício Pontes, procurador-geral do Ministério Público Federal do Pará, estado onde a usina de Belo Monte será construída e que causará a remoção de diversos povos indígenas.
Sobre as condições de pobreza, a Anistia mostra que de acordo com dados do último censo, 16,2 milhões de brasileiros continuam a viver em situação de pobreza extrema, sendo que 4,8 milhões não têm nenhuma renda e mais de 60% das pessoas que vivem em pobreza extrema se declararam negras ou pardas.
Dúvidas perante a criação da Comissão da Verdade, que se encarregará de investigar as violações de direitos humanos cometidas entre 1946 e 1988, são destacadas no texto, sobretudo quanto às limitações impostas à Comissão pela manutenção da Lei da Anistia de 1979. Existe receio de que não se faça justiça aos torturados, desaparecidos e mortos pelos militares.
Confira na íntegra a apresentação.