28/09/2011
Começa 2º seminário internacional sobre modelos de desenvolvimento versus o Bem-Viver
´Sonhos e realidades frente ao modelo do Desenvolvimento’ é o título do 2º Seminário Internacional de Formação que começou hoje, quarta-feira, dia 28 de setembro, em Cobija, Bolívia. O seminário, uma iniciativa do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) regional Acre e o Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social, reúne representantes de povos indígenas e movimentos sócias de Bolívia, Peru e Brasil. O encontro foca, em primeiro lugar, as questões e impactos da integração infra-estrutural da região trifonteriça Bolívia-Peru-Brasil.
“O objetivo do seminário é discutir o tipo de desenvolvimento que se pretende ter na região Amazônica”, explicou Juan Fernandeo Reyes, diretor da ONG ambiental boliviana Herencia, na coletiva de imprensa. “Precisamos buscar uma visão e soluções conjuntas para a região, porque a Amazônia não tem fronteiras.”
Câmbios climáticos
Ivo Poletto, do Fórum Mudanças Climáticas, reforçou essa intenção: “É importante perceber a relação entre o modelo de desenvolvimento vigente que os países buscam, a destruição da natureza e os câmbios climáticos.”
Rosana Cuevas, diretora do Centro de Investigación para el Camposinado e a Agricultura, fez o gancho com a atualidade em Bolívia, referindo aos indígenas que estão em marcha para defender suas terras de ser cortado por uma estrada, planejada para ser construída pela empreiteira brasileira OAS, com dinheiro do BNDES. “Ao proteger o TIPNIS, eles mostram ao mundo que há outros modelos de desenvolvimento possíveis.”
Não são apenas os povos indígenas que defendem outros caminhos, afirmou Dóris Dominguez, coordenadora do Fórum Spcial Panamazônico. “Reunimos representantes de base. Indígenas e camponeses. É uma luta que travamos já muitos anos, uma luta que tem custado a vida de membros nossos. Repudiamos as muitas obras que os governos estão tentando impor sobre as terras da Amazônia. É necessário que haja diálogo entre o governo e as comunidades.”
Antônio Apurinã, do povo Apurinã, reforça: “Os povos indígenas tem sofrido bastante por esses projetos. Precisamos ser ouvidos e lutamos para que nossos direitos sejam respeitados. Os governos têm que rever esses projetos para que não destruam a floresta e que tenhamos uma vida melhor.”
O seminário foi realizado com o apoiado de Misereor, Comin, Cipca, Herencia, CPT, FSUTCP, FDMCP-BS, CIPOAP, COD, FRMD, Caritas Brasileira, UAP.
Falsa solução para as mudanças climáticas ou um futuro sustentável: desmatamento da floresta amazônica para a produção de étanol