Em protesto, ATL fecha Esplanada dos Ministérios
Indignados com a recusa em ser recebidos pelos ministros da Justiça e de Minas e Energia para ouvir suas reivindicações, indígenas fecham Esplanada dos Ministérios em Brasília.
Na manhã de hoje, 4, os participantes do Acampamento Terra Livre 2011 fizeram uma passeata, passando por vários ministérios e em frente ao Congresso Nacional. Com destaque para os ministérios da Justiça e de Minas e Energia, por causa da temática do Acampamento: os impactos das grandes obras sobre Terras Indígenas e a crescente criminalização dos povos indígenas.
Depois de dois dias de conversas e reuniões internas, os participantes se mostraram animados para mostrar à sociedade sua indignação e preocupação com as injustiças sofridas Brasil afora. Liderados pelo ritmo firme do canto dos guerreiros Kayapó e animada pela energia contagiosa dos povos Tupinambá e Pataxó, que cantavam, correram e dançavam todo o percurso, a passeata avançava num ritmo acelerado sobre a Esplanada dos Ministérios.
Demonstração de força
O clima começou a mudar em frente ao Ministério da Justiça. As portas ficaram fechadas e os representantes do ministério se recusaram a deixar entrar mais do que alguns representantes do ATL. O que os indígenas recusaram.
Em protesto, os indígenas fecharam a Esplanada por alguns minutos. Depois, a passeata continuou, seguindo para o Ministério de Minas e Energia. Lá, de novo, as portas ficaram fechadas e o máximo que o representante do ministro ofereceu foi a intenção de marcar uma reunião.
Indignados com a falta de boa vontade, por parte dos ministros, os participantes resolveram fechar a Esplanada por 20 minutos, numa pequena demonstração de força do que o movimento indígena seria capaz no país, se o governo insistir em não respeitar os direitos dos povos originários.
Parem todos os projetos devastadores
Na parada, lideranças de quase todos os povos presentes discursaram sobre as ameaças, as violências, as invasões que suas comunidades estão sofrendo, e sobre a omissão completa por parte do governo, em todos os níveis. Reivindicaram a parada das grandes obras que incidem sobre terras indígenas, a realização de consultas prévias, o fim da criminalização, a demissão do presidente da Funai e a proteção dos Direitos Indígenas, como manda a Constituição Federal e os Tratados Internacionais dos quais o Brasil é signatário.