Em comemoração ao Dia da Mulher, sindicato exibe vídeo produzido pelo Cimi e peça sobre uma indígena-cabocla na cidade
Entrada custará um quilo de alimento não perecível
J. Rosha
Cimi Regional Norte 1
A programação do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Amazonas (Sinttel) antecipando as comemorações ao Dia Internacional da Mulher reserva espaço para a exibição de um vídeo produzido pelo Conselho Indigenista Missionário – Cimi, sobre os impactos de grandes projetos na Amazônia. Também será apresentado nesta segunda-feira (28), o espetáculo “Cunhã, Filha de Yepa”, às 19 horas, no auditório do Sinttel,
“Cunhã…” conta a estória de uma amazônida cujo itinerário de vida confunde-se com a de outras indígenas, ribeirinhas, negras ou trabalhadoras dos grandes centros urbanos. Nas palavras de um dos autores, José Ribamar Mitoso, “ela não é mais apenas uma artista e mulher, etnicamente marcada, lutando com os valores do seu povo da floresta para sobreviver na selva de pedra. Mas uma mestiça indígena-cabocla, que perdeu seus valores para a industrialização de Manaus nos anos 60, 70 e 80 do século XX e que, agora, na transição para o século XXI, tenta recuperar valores da tradição milenar da floresta para viver numa cidade industrial, frenética corrupta, mas dentro da mata”.
Ela é uma “bayaroá”, uma artista indígena-cabocla que começa a história com estes valores das culturas arawak, dashé, tupi, maguta, yanomami e latina renascentista, perde-os para os valores do capitalismo industrial, com a instalação do pólo multinacional da Zona Franca, mas recupera-os com o fim da globalização e início da retomada das identidades regionais na Ásia, África e America Latina.
Cunhã, ao final, mesmo retomando uma identidade regional, universaliza-se, pois, na verdade, serve de modelo para outros povos oprimidos, em outras regiões do planeta, recuperarem, renovadamente, seu caminho interrompido pela ética interesseira e anti-humana do capitalismo globalizado em busca da dominação de novos mercados e da escravização de novas mentes.
Ao final das apresentações (do filme e da peça) haverá debate sobre as lutas e desafios do movimento de mulheres no Amazonas.