Manifestações contra Belo Monte no Pará
A Via Campesina Pará há muito tempo vem fazendo as reflexões políticas, teóricas e conceituais a cerca da problemática que nos vem massacrando dia após dia. É um esforço de buscar na história a compreensão real do momento, e muito mais do que entender o problema, apontar como metas, desafios dessa força, para o cenário conjuntural a que estamos envolvidos.
Em vários documentos produzidos pelos movimentos sociais que compõe a Via Campesina, afirmamos quem são nossos inimigos, o caráter da luta, afirmamos nossas certezas e apontamos para a necessidade de fortalecimento das organizações da Via, que atuam nas mais diversas frentes do campesinato Amazônico. E para isso, sempre fomos apontando para esse desafio, o da construção e fortalecimento dos movimentos da Via, e sob o tripé da Formação, Organização e Lutas, está centrada a nossa estratégia de ação.
E no cenário atual de ofensiva do grande capital sobre o território Amazônico, está a consolidação da política de acumulação privada dos recursos naturais, sob a ótica única e exclusiva do lucro de alguns setores privados. Belo Monte vem sendo caracterizada por nós nessa linha, ou seja, ao contrário do que dizem a cerca do desenvolvimento da região do Xingu, das promessas de empregos, indenizações fartas, da necessidade de energia para o povo brasileiro, entendemos que esse projeto é uma continuidade da política do grande capital, e que está interessado somente no lucro e não com o povo brasileiro.
Entendendo dessa forma, fica cada vez mais clara a posição da Via Campesina, na luta pelo território em seu mais amplo sentido, a luta contra esses interesses, a luta pela soberania popular, pelos direitos, sob o protagonismo dos sujeitos desse processo histórico.
Avançamos na luta e para isso, convocamos a todos os movimentos da Via Campesina a fazer parte desse processo, e chamando para participar da Jornada de lutas dos povos indígenas e ribeirinhos, que vai acontecer de
O evento também tem o caráter da formação, prevendo espaços de debate com as famílias acampadas, bem como, dialogar com a sociedade em geral sobre essa ameaça da barragem. Vão estar presentes no acampamento, os indígenas da região do Xingu, pescadores de Porto de Móz e região e camponeses/as dos travessões ameaçados pela construção de Belo Monte.
Coordenação do MAB/ Via Campesina Pará