14/07/2010

Indígenas do Sertão de Alagoas cobram da Funai demarcação de seus territórios

Na última terça-feira, 13, às 10hs, 15 representantes dos povos Geripancó, Katökinn, Karuazu, Kalankó e Koiupanká do Sertão de Alagoas, acompanhados pelo deputado Judson Cabral (PT-AL) e por Frederico Gomes (Funai/AL)  reuniram-se com o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), o antropólogo Márcio Meira, em Brasília. Denise da Veiga Alves, Paul Waters e Jorge Vieira, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) também participaram da reunião.

A pauta da reunião foi o resultado de proposta discutida em Sessão Pública realizada no Dia do Índio, 19 de abril, na Assembléia Legislativa de Alagoas, de iniciativa do parlamentar Judson Cabral, oportunidade em que a sociedade ouviu dos representantes dos povos de Alagoas e Sergipe as suas reivindicações. Os povos do Sertão solicitaram aos parlamente que fizessem gestão junto aos órgãos federais para a criação imediata de Grupos Técnicos (GTs) para a identificação e demarcação definitiva dos territórios tradicionais.

Os caciques Paulo Kalankó e Zezinho Koiupaká entregaram ao presidente da fundação documento contendo a pauta de reivindicação dos povos, momento em que registraram que são décadas de espera pela demarcação de seus territórios, onde o clima de violência e discriminação contra as comunidades só tem aumentado em conseqüência da morosidade dos órgãos públicos.

O deputado Judson Cabral defendeu a importância dos direitos indígenas presentes na Constituição Federal e as reivindicações dos povos, o que tem sido feito através do seu mandato. E afirmou: “o nosso mandato acompanhará todo o processo, até que os povos indígenas de Alagoas conquistem plenamente seus direitos”.

Acompanhado da diretora Leila Souto-Maior, responsável pela criação dos Grupos Técnicos (GTs) e análise dos relatórios de identificação das Terras Indígenas (TIs), Meira declarou a finalização do processo da terra Geripankó e que espera apenas a contratação de um técnico para a realização do estudo ambiental. No caso Kalankó, aguarda a publicação de edital para a criação do GT.

Quanto aos outros povos, justificando insuficiência de dados no laudo de qualificação quanto à territorialidade, sinalizou a possibilidade de outras formas de aquisição de terra. Contrapondo-se, as lideranças argumentaram a fragilidade do trabalho, demonstrando a necessidade do mesmo ser complementado, inclusive com a apresentação de nomes de antropólogos. O que ficou firmado para ser realizado até o término do semestre em curso.

Por fim, as lideranças indígenas se posicionaram na defesa da permanência da sede administrativa da Funai em Maceió. Zezinho Koiupanká, falando em nome da comissão indígena, destacou o apoio do deputado Judson Cabral e do Cimi, confiante de que os compromissos assumidos pela presidência da Funai serão efetivamente concretizados.

Fonte: Jorge Vieira - Cimi Regional Nordeste
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