Índios Guarani vivem há 8 meses em beira de estrada
Desde o dia 11 de setembro, 38 famílias de indígenas Guarani Kaiowá, da comunidade Laranjeira Nhanderu estão acampadas na beira da estrada, na BR-163, no município de Rio Brilhante (MS). De acordo com o integrante do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Egon Heck, essas famílias vivem em condições precárias desde que sofreram despejo das terras que ocupavam.
“O que é mais grave é que o programa de identificação da terra vai se arrastando e já faz mais de um ano e meio que deveria ter sido publicado o relatório de identificação, mas ainda não foi concluído. São questões que, para os índios, vão se transformando no prolongamento de um sofrimento totalmente injustificável para as autoridades que poderiam resolver isso.”
Os Guarani Kaiowá enfrentam uma batalha no Judiciário em busca da condenação dos assassinos do cacique Marcos Verón, morto a pauladas em 2003. Na ocasião, a vítima tinha 72 anos. O julgamento dos acusados foi adiado para fevereiro de 2011, pois a juíza Paula Mantovani considerou que os indígenas estão impedidos de se expressassem em sua própria língua. Egon Heck vê má fé na decisão da juíza.
“É um absurdo, é contrária a todas as normas internacionais que o Brasil assume. É contrária à própria Constituição do Brasil a proibição da utilização da língua materna pelos grupos indígenas na defesa de seus direitos. Uma vez que é reconhecida a eles a utilização de suas culturas, seus valores, suas tradições em qualquer espaço onde eles estejam. “
De São Paulo, da Radioagência NP, Jorge Américo