07/01/2010

Um novo massacre que se anuncia

Moradores do município paraense de Prainha que estavam acampados às margens do rio Uruará sofreram um atentado no dia 03 de janeiro. Eles protestam desde o dia 25 de novembro contra a retirada ilegal de madeira feita pela madeireira Jaurú onde é a Reseva Renascer. Uma balsa carregada de madeira ilegal, empurrada pelo B/M Silva Guedes III, descia o rio na madrugada do dia 03 e ao passarem em frente ao acampamento, vários tiros foram disparados de dentro do barco em direção aos acampados, sendo que um morador foi ferido no joelho e outro levou dois tiros, um na coxa e outro no peito. Os dois foram levados para o hospital. Apenas um continua internado.

 

Nos dias que se seguiram, chegou até o município uma guarnição de aproximadamente 50 policiais militares que, segundo m dos moradores, vieram para dar segurança ao B/M Silva Guedes III (que quando não está transportando pistoleiros de madeireiros, faz linha para as comunidades do rio Uruará e Tamatai) e para desarmar os acampados.

 

Já foram feitas varias reuniões com autoridades em Santarém sobre o assunto e nada foi feito, até o momento, para amenizar a situação. Os trabalhadores prometem reagir.

 

Madeira ilegal

Há vários anos, a madeireira Jaurú vem extraindo madeira onde hoje é a área da Reserva Renascer no Município de Prainha. A comunidade entende que a extração é ilegal por dois motivos: primeiro, porque a madeira é retirada de uma área que não está no plano de manejo e em segundo lugar, porque o plano de manejo é da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e a reserva é área Federal, portanto não tem validade.

 

No dia 25 de novembro passado, aproximadamente 500 moradores da Reserva Renascer, entre mulheres e homens adultos, crianças, jovens e idosos resolveram fazer um empate de forma a não permitir a decida das balsas com a madeira ilegal. Montaram acampamento na boca do rio Uruará com o Tamatai, próximo a fazenda Porto Alegre no município de Prainha.

 

Com as festas de fim de ano o acampamento teve uma redução no número de ocupantes e ficou com aproximadamente 180 pessoas. Acredita-se que o atentado tenha acontecido aproveitando-se a diminuição dos resistentes no acampamento.

Fonte: Cimi Regional Norte II
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