12/11/2009

Informe nº. 889: Pais reconhecem corpo de Guarani Kaiowá desaparecido no MS.

Continuam desaparecidos os professores indígenas Genivaldo e Rolindo Vera, do povo Guarani Kaiowá, que participaram da retomada da terra Ypo´i, próxima a Paranhos, no Mato Grosso do Sul. No dia 10 de novembro, os pais de Genivaldo reconheceram como sendo do filho um corpo encontrado pela Polícia Civil. O Instituto Médico Legal (IML) de Campo Grande está examinando o corpo para confirmar a identidade da vítima e a causa da morte. 

 

Genivaldo e Rolindo Vera faziam parte de um grupo de 25 indígenas da aldeia Pirajuí que voltou para seu tekohá (terra tradicional) no dia 29 de outubro, mas foram expulsos por seguranças particulares no dia 30 de outubro. Desde então, os dois professores não foram mais vistos.

 

Segundo a Polícia Civil de Paranhos, dois agentes encontraram, no dia 7 de novembro, o corpo de um homem em um rio perto da cidade de Paranhos. No dia 10, os familiares dos indígenas desaparecidos foram à delegacia e, por meio de fotos, os pais de Genivaldo identificaram as feições e as roupas do filho. Eles colheram material para que o IML faça exames que confirmem a identidade do corpo encontrado.

 

A comunidade segue apreensiva, pois não há indícios do outro professor. As buscas estão suspensas desde terça-feira, 10, informou a administração da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Amambai. Os soldados do Exército, os bombeiros e os policiais federais que buscavam os professores já saíram da região. A Polícia Civil em Paranhos, entretanto, informou que os agentes que encontraram o corpo devem continuar os trabalhos de busca na região onde o corpo foi encontrado.

 

“Queremos que continuem procurando e queremos que a polícia procure no Paraguai, por que podem ter levado eles para lá”, afirma Tomas Vera, cunhado de Rolindo Vera. A Funai informou que a polícia paraguaia na região da fronteira com Paranhos está informada sobre o desaparecimento e deve informar o Fundação caso encontrem o indígena. No entanto, eles não estão efetuando buscas no país. A fronteira entre Brasil e Paraguai fica a cerca de 30 km do local onde foi encontrado o corpo que pode ser de Genivaldo Vera.

 

Hoje, a deputada federal Iriny Lopes (PT/ES), da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, esteve em Campo Grande para tratar do caso do desaparecimento dos professores indígenas com o Ministério Público Federal (MPF-MS) e com a superintendência da Polícia Federal no Mato Grosso do Sul.

 

Brasília, 12 de novembro de 2009

Conselho Indigenista Missionário

Fonte: Cimi
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