24/06/2024

Cimi-NE lamenta a morte de Jovino Jiripancó e celebra seus feitos no Alto Sertão de Alagoas

Jovino Jiripancó se destaca como liderança nas lutas dos povos indígenas do Alto Sertão de Alagoas

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Nordeste lamenta a morte, na última quinta-feira (20), do pajé Jovino Jiripancó. A liderança sofria de comorbidades há alguns meses e sua morte, conforme informações de parentes, se deu em decorrência de tais problemas de saúde.

Além de profundo conhecedor da tradição de seu povo, à frente do terreiro da aldeia Laranjeira, cuja Terra Indígena está situada no município de Pariconha (AL), Jovino Jiripancó se destaca como liderança histórica das lutas dos povos indígenas por seus direitos na região do Alto Sertão de Alagoas.

Pajé Jovino mantinha um batalhão de praiás. A prática ritual é comum a vários povos que vivem no Nordeste, como os Pankararu (PE) e Pankararé (BA), cumprindo ainda um papel fundamental na retomada de terras indígenas e levantamento de aldeias.

Em festas e rituais específicos, os Encantados, entidades espirituais de tais tradições, encontram representação física no Praiá. São eles os protetores da aldeia, habitantes não materiais presentes no cotidiano da organização social do povo e no meio ambiente, a natureza sagrada, cujas metáforas vegetais têm nos pajés intérpretes especiais.

O enterro de pajé Jovino ocorreu na sexta-feira (21) no cemitério público de Pariconha. Com a memória de lutas deste grande guerreiro, e certos de que seu legado terá continuidade na vida dos Jiripancó, o Cimi Regional Nordeste se solidariza com o povo e familiares de Jovino, além de reafirmar o compromisso intransigente de apoio à causa indígena.

Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Nordeste

Recife, 24 de junho de 2024

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