06/09/2022

No Maranhão, povo Akroá Gamella realiza assembleia e discute sua organização social

O encontro aconteceu na aldeia Cajueiro Piraí, na Terra Indígena Taquaritiua, com a presença de indígenas Akroá Gamella de diversas aldeias

A Assembleia Geral do povo Akroá Gamella do Maranhão foi realizada na aldeia Cajueiro Piraí, na TI Taquaritiua, em setembro de 2022. Foto: Fábio Costa/Cimi Regional Maranhão

A Assembleia Geral do povo Akroá Gamella do Maranhão foi realizada na aldeia Cajueiro Piraí, na TI Taquaritiua, em setembro de 2022. Foto: Fábio Costa/Cimi Regional Maranhão

Por Jesica Carvalho, da Assessoria de Comunicação do Cimi Regional Maranhão

Discutir temas que dizem respeito à sua organização social foi a principal pauta da Assembleia Geral do povo Akroá Gamella do Maranhão, realizada no domingo, 4 de setembro. O encontro aconteceu na aldeia Cajueiro Piraí, na Terra Indígena (TI) Taquaritiua, com a presença de indígenas Akroá Gamella de diversas aldeias.

“Esse é um espaço para a gente debater nossa política entre o Conselho e a Assembleia Geral com os outros parentes, para discutir nossa política do território”, explica Cotap Akroá Gamella.

Entre os assuntos tratados na assembleia, foram refletidos os direitos garantidos na Constituição Federal; a conjuntura político-eleitoral e os Projetos de Lei (PL) 191/2020, que dispõe sobre mineração em terras indígenas, e 8262/2017, de relatoria do deputado federal maranhense Aluísio Mendes (PSC/MA), que dispõe sobre o despejo arbitrário de famílias em áreas em conflito agrário, recentemente aprovado na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime da Câmara dos Deputados, um grave ataque aos povos indígenas e comunidades tradicionais.

“O povo entende que está em processo permanente de assembleia e de retomadas”

A Assembleia Geral do povo Akroá Gamella do Maranhão foi realizada na aldeia Cajueiro Piraí, na TI Taquaritiua, em setembro de 2022. Foto: Fábio Costa/Cimi Regional Maranhão

A Assembleia Geral do povo Akroá Gamella do Maranhão foi realizada na aldeia Cajueiro Piraí, na TI Taquaritiua, em setembro de 2022. Foto: Fábio Costa/Cimi Regional Maranhão

De acordo com Meire Diniz, missionária do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Maranhão, o encontro faz parte da articulação do povo Akroá Gamella. “O povo entende que está em processo permanente de assembleia e de retomadas”, destaca.

Na ocasião, os indígenas Akroá Gamella aproveitaram, ainda, para discutir sobre as articulações políticas e como votam os deputados federais eleitos no Maranhão em projetos que atacam os direitos dos povos indígenas, e para escolher os representantes do povo que irão compor a delegação indígena do Maranhão na mobilização que acontecerá em Brasília.

“Essa assembleia que reunimos e os rituais que fazemos é justamente para dar sustentabilidade para o nosso povo e para os nossos aliados também”

A Assembleia Geral do povo Akroá Gamella do Maranhão foi realizada na aldeia Cajueiro Piraí, na TI Taquaritiua, em setembro de 2022. Foto: Fábio Costa/Cimi Regional Maranhão

A Assembleia Geral do povo Akroá Gamella do Maranhão foi realizada na aldeia Cajueiro Piraí, na TI Taquaritiua, em setembro de 2022. Foto: Fábio Costa/Cimi Regional Maranhão

“Essa assembleia que reunimos e os rituais que fazemos é justamente para dar sustentabilidade para o nosso povo e para os nossos aliados também”, destaca Cotap Akroá Gamella.

Ainda, nas pautas discutidas, esteve a articulação na Teia dos Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão, cujo 13º Encontrão acontecerá nos dias 21 a 25 de setembro, no Território Janaubeira/Bem fica.

Meire Diniz finaliza destacando relevância da assembleia para o povo Akroá Gamella. “É importante ver o povo executando sua autonomia e fortalecendo seu processo organizativo”, define.

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