04/02/2022

Comunidade Xokleng enfrenta falta de assistência na saúde e dificuldades alimentares em São Francisco de Paula (RS)

Lideranças da retomada Konglui, em luta pela terra, denunciam que há meses não recebem assistência dos órgãos públicos

A cacique Collung denuncia que os Xokleng da retomada Konglui, no RS, estão desassistidos e ainda não tiveram acesso à terceira dose da vacina contra a Covid-19. Foto: Roberto Liebgott/Cimi Regional Sul

A cacique Collung denuncia que os Xokleng da retomada Konglui, no RS, estão desassistidos e ainda não tiveram acesso à terceira dose da vacina contra a Covid-19. Foto: Roberto Liebgott/Cimi Regional Sul

Por Roberto Liebgott, do Cimi Regional Sul

Os Xokleng da retomada Konglui, em São Francisco de Paula (RS), há meses não recebem assistência dos órgãos publicos. As famílias subsistem com a pequena renda que conseguem através da venda de artesanto, ou pelas doações de pessoas ou entidades solidárias, mas que também vêm diminuindo sistematicamente.

Quanto à saúde, os relatos dão conta de que a situação é bem grave e as pessoas mais afetadas pelas doenças, especialmente respiratórias, são as crianças. A cacique Collung reclama de que no município o atendimento é bastante precário e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) não tem feito o acompanhamento das famílias, sequer visita a comunidade. Ela também informou que os adultos ainda não receberam a terceira dose da vacina contra a Covid-19, de reforço.

Lamentavelmente, eles ainda se encontram nas margens de uma rodovia sem acesso à terra ou a qualquer recurso ambiental que lhes possa ajudar na sustentabilidade.

“Através da fome e da doença querem matar nossa esperança, mas não vão conseguir, somos mais fortes do que eles imaginam”

Sem assistência de saúde, lideranças da retomada Konglui relatam que as pessoas mais afetadas pelas doenças, especialmente respiratórias, são as crianças. Foto: Roberto Liebgott/Cimi Regional Sul

Sem assistência de saúde, lideranças da retomada Konglui relatam que as pessoas mais afetadas pelas doenças, especialmente respiratórias, são as crianças. Foto: Roberto Liebgott/Cimi Regional Sul

A comunidade pede também apoio para construção da escola, pois o ano letivo se inicia e as crianças ainda não tem onde estudar. Provisoriamente as crianças estudarão numa das casas construídas para abrigar as famílias, mas há necessidade de um espaço específico para o bom funcionamento da escola.

A cacique Collung requer assistência integral da Fundação Nacional do Índio (Funai), requer que a Sesai visite a comunidade para o atendimento básico em saude, requer que a demarcação da terra seja efetivamente realizada e que eles possam acessar o território sagrado de seus antepassados.

“Através da fome e da doença querem matar nossa esperança, mas não vão conseguir, somos mais fortes do que eles imaginam”, afirma a cacique Collung.

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