18/11/2021

Estudantes indígenas e quilombolas mantêm mobilização permanente pelo direito à Educação

Estudantes de 54 universidades realizam o I Fórum Nacional de Educação Superior Indígena e Quilombola; ao final do evento, deliberaram sobre os compromissos assumidos

Marcha dos estudantes indígenas e quilombolas. Foto: Matheus Alves / Jornalistas Livres

Por Comunicação do I Fórum de Educação Indígena e Quilombola

 Reunidos em Brasília ao longo desta semana, 4 a 8 de outubro, cerca de 700 estudantes indígenas e quilombolas de 54 universidades públicas e privadas debateram sobre os desafios do acesso e permanência de quilombolas e indígenas no ensino superior brasileiro, durante o “I Fórum Nacional de Educação Superior Indígena e Quilombola – FNESIQ”. O evento foi organizado em forma de acampamento, no espaço da Fundação Nacional de Artes (Funarte), em Brasília.

Com o slogan “Permanecer é Resistir” os estudantes retornam aos territórios e universidades com o compromisso de  manter-se em luta permanente pelo direito à educação.  Ainda neste ano, o grupo pretende organizar novas intervenções políticas e educacionais. 

“Os estudantes retornam aos territórios e universidades com o compromisso de  manter-se em luta permanente pelo direito à educação

I Fórum Nacional de Educação Superior Indígena e Quilombola, outubro de 2021. Foto: Regis Guajajara/ Mídia Índia

Temas como “Movimento indígena e quilombola, formação histórico política e autodeterminação”, “Metodologia Científica presença indígenas e quilombola na universidade”, “Educação Escolar indígena e quilombola diferenciada”, “Mulheres e o protagonismo na contemporaneidade Indígenas e Quilombolas”, e “Bolsa Permanência” completaram a programação de debates, manifestações, atos, rituais sagrados e incidências políticas e culturais. 

Nas manifestações de rua, repudiaram a antipolítica do Governo de Jair Bolsonaro, exigiram  “Permanência já” e “Fora Bolsonaro”, e reafirmaram “Conhecimento não se corta”, “Universidade é território indígena”, “Quilombo Resiste”, “Não vai ter corte, vai ter luta”, por meio de cantos, rituais, marchas e cartazes. 

“Os estudantes repudiam a antipolítica do governo Bolsonaro, exigiram ‘Permanência já’ e reafirmaram ‘Não vai ter corte, vai ter luta'”

I Fórum Nacional de Educação Superior Indígena e Quilombola, outubro de 2021. Foto: Regis Guajajara/ Mídia Índia

Com os aulões no Ministério da Educação (MEC) e na Praça dos Três Poderes, a troca de experiências e vivências misturou-se ao modo de resistir e fazer luta. A apresentação das pesquisas que estão sendo desenvolvidas pelos estudantes quilombolas e indígenas, vindos de todas as regiões do país, revelam o quanto se faz necessário seguir pintando de urucum, jenipapo, de povo, todos os espaços destinados à educação.   

Seguindo os protocolos sanitários contra a covid-19, todos os participantes com o ciclo imune completo e período de quarentena no retorno aos territórios e quilombos, o Fórum foi organizado pelos estudantes indígenas e quilombolas, com o apoio da organização de apoio à causa como: Articulação do Povos Indígenas do Brasil (APIB); Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ); Movimento Negro Unificado (MNU); União Nacional dos Estudantes (UNE); Conselho Indigenista Missionário (CIMI); Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (FNEEI); Encontro Nacional dos Estudantes Quilombolas (ENEKI); e, a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos e Povos Indígenas. 

Share this:
Tags: