Em roda de conversa online, nesta quinta-feira (19), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Norte I, que compreende os estados do Amazonas e Roraima, abordou elementos centrais da história de diálogos da entidade juntos e com os povos indígenas dos dois estados que possibilitam importantes contribuições no fortalecimento de lideranças e organizações indígenas. Fortalecimento esse que aconteceu em todo o Brasil e que levou à conquista e o reconhecimento dos direitos dos povos originários pelo Estado brasileiro, garantido na Constituição Federal de 1988.

Até chegar na Constituição Federal, nos anos 60, 70 e 80, anos da ditadura militar, a política desenvolvimentista da Amazônia incluía o extermínio das formas de vida da floresta. Os povos indígenas eram vistos como empecilho aos projetos. Por isso, eram retirados a força do caminho para a construção e estradas, hidrelétricas, mineração, etc. Muitos morreram, povos foram exterminados. Aos sobreviventes foi apontado o caminho da integração, como solução final para o completo desaparecimento dos povos indígenas no país. Ou se integravam à civilização ou eram exterminados, literalmente.

A roda de conversa procura trazer alguns elementos fundamentais dessa história, traçando uma linha do tempo desde a década de 70 até os dias de hoje e destacando as lutas mais significativas aos povos indígenas

O Cimi, inspirado na Boa Notícia do Deus da Vida, passou a articular no seio da Igreja uma presença junto as comunidades indígenas de convivência, de respeito e valorização cultural e de aliado de suas lutas para assegurar direitos, tendo com eixo central os territórios. Apostou no protagonismo dos povos indígenas como sujeitos de sua história, apoiando assembleias, a formação de lideranças e organizações indígenas.

Assim, a live procura trazer alguns elementos fundamentais dessa história, traçando uma linha do tempo desde a década de 70 até os dias de hoje e destacando as lutas mais significativas aos povos indígenas. Também irá dialogar sobre o contexto atual de ataques aos direitos, aos territórios e à vida indígena.

A roda de conversa online, organizada pelo Cimi Regional Norte I, ocorreu nesta quinta-feira (19) e foi transmitida pelas redes sociais da entidade e organizações parceiras da causa indígena.

Conhecendo as dificuldades de conexão à internet no interior da Amazônia, para não deixar de trazer pessoas importantes dessa história que lá estão, essa linha do tempo será apresentada também em vídeo. Sendo assim, ative o lembrete da #LIVEdoCIMI e participe, o chat estará aberto a perguntas e comentários.

Nossos convidados

Silvio Cavucense – coordenador do Serviço e Cooperação com o povo Yanomami (Secoya);

Márcia Silva Dias – advogada, feminista, militante de direitos humanos, assessora do mandato do deputado José Ricardo e representante da Frente Amazônica em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI);

Toya Manchineri – coordenador de territórios e recursos naturais na Coordenação de Organizações Indígenas da Bacia do Rio Amazonas (COICA) e assessor político da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB);

Jéssica Maria da Conceição Nascimento – liderança do povo Wapichana, Gestora Ambiental, Bacharel em Direito e assessora do Departamento de Gestão Territorial e Ambiental do Conselho Indígena de Roraima (CIR);

Dr. Fernando Meloto Soave – procurador do Ministério Público Federal (MPF);

João Gutemberg – secretário executivo da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM).

Mediadores: Gilmara Fernandes, antropóloga indigenista e missionaria do Cimi Regional Noite I e Fabio Pereira, missionário do Cimi na Prelazia de Tefé.

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