Nota de pesar pelo falecimento de Cássio Freire Beda
Cássio trabalhou na Missão do Cimi de 2015 a 2017, na região do rio Tapajós, e tinha proximidade com o povo Munduruku. Foi um apoiador da luta do povo em defesa de seus direitos e seu território
Com pesar, informamos o falecimento de Cássio Freire Beda, no dia 04 de abril de 2021. Cássio trabalhou na Missão do Conselho Indigenista Missionário – Cimi de 2015 a 2017, na região do rio Tapajós, no Pará, quando foi acometido pela Esclerose lateral amiotrófica (ELA). A doença degenerativa progrediu de forma rápida, impactando o jovem de 35 anos.
Cássio tinha proximidade com o povo Munduruku, junto ao qual trabalhou apoiando sua luta em defesa de seus direitos e de seu território tradicional, e havia a suspeita dele ter sido contaminado por mercúrio, utilizado largamente pelos garimpeiros invasores das áreas indígenas na região do Tapajós para o garimpo do ouro.
O povo Munduruku sofre com o contágio comprovado por mercúrio, causador de doenças degenerativas e muitas outras enfermidades, inclusive no sistema nervoso.
Dando continuidade ao compromisso que firmou em seu trabalho junto aos povos indígenas e comunidades tradicionais, mesmo com sua saúde comprometida, Cássio dedicou seus últimos anos de vida à denúncia do uso do mercúrio no garimpo ilegal e de suas graves consequências, especialmente para a vida dos povos e comunidades expostos à contaminação em seus próprios territórios.
O fato é que Cássio partiu de forma rápida, deixando Dona Edenil, a sua mãe, e demais familiares e amigos tristes e com saudade.
Aos familiares, a gratidão e solidariedade de todo o Cimi pela vida de Cássio em nosso meio.
Que o Deus amoroso os conforte e receba Cássio no seu reino de Paz!
06 de abril de 2021
Conselho Indigenista Missionário