O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Mato Grosso expressa seu pesar e solidariedade à família da liderança indígena Aritana Yawalapiti, falecido neste dia 5 de agosto em decorrência de complicações de saúde causadas pelo novo coronavírus. Os povos da Terra Indígena do Xingu perdem mais um de seus anciãos e o Brasil perde mais uma liderança indígena com ampla representatividade.

Conhecido por sua luta pela garantia dos direitos dos povos indígenas e profundo conhecedor da cultura yawalapiti, Aritana é mais uma das perdas irreparáveis causadas pela negligência governamental.

Apesar de todas as cobranças feitas pelos povos e seus aliados, e da liminar publicada no dia 8 de julho pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que obriga o governo federal a efetivar um Plano de Emergência para os povos indígenas diante da pandemia, o governo federal segue com ações pontuais, tardias e ineficientes; enquanto isso, os povos indígenas seguem perdendo seus entes.

Na somatória de descaso e negligência, o estado de Mato Grosso já soma, em dados oficiais, pelo menos 1090 casos de indígenas contaminados com 61 óbitos. O que, não nos restam dúvidas, expressa a subnotificação pela ausência ou inexpressivas testagens nas comunidades indígenas. Somente no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Xingu, pelo menos 155 contaminações foram notificadas.

Pela absurda e discriminatória opção do governo federal de ao menos contabilizar os casos de indígenas infectados em meio urbano, qualquer ação será deficiente. Situações que vão sendo reiteradamente denunciadas pelos povos indígenas.

O Cimi reafirma sua solidariedade ao povo Yawalapiti e demais povos do Xingu, em especial à família do cacique Aritana. Reafirmamos nosso compromisso de apoio inarredável aos povos na defesa de seus direitos fundamentais.

Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Mato Grosso

Brasília, 06 de agosto de 2020.