Papa Francisco pede perdão por violência contra estátuas indígenas no Vaticano
Francisco pediu a palavra na tarde de ontem durante a 15ª Congregação Geral do Sínodo. “Em primeiro lugar isto aconteceu em Roma e, como bispo da diocese, peço perdão às pessoas que foram ofendidas com este gesto”.
Na tarde de ontem, sexta-feira (25), papa Francisco pediu a vez de fala para “dizer uma palavra sobre as estátuas da pachamama que foram retiradas da Igreja Santa Maria na [Igreja] Transpontina, que estavam lá sem intenções idólatras e foram jogadas no Tibre”. O comentário ocorreu durante a durante a 15ª Congregação Geral do Sínodo especial dos bispos da região Pan-Amazônica, na sala Sinodal, no Vaticano.
“Como bispo da diocese [de Roma], peço perdão às pessoas que foram ofendidas com este gesto”, lamentou Francisco. O santo padre afirmou que as estátuas foram encontradas e que não estão danificadas. Investigações continuam a ser realizadas, segundo comunicado do Comando Provincial de Roma, Companhia Roma São Pedro.
Em comunicado divulgado na última terça-feira (22), organizações cristãs que compõe a iniciativa “Amazônia: Casa Comum” lamentam as violências ocorridas nos últimos dias em ambiente sinodal. Para entidades, abordagens sucedidas recentemente em Roma, durante Sínodo da Amazônia, refletem intolerância religiosa e racismo e afetam principalmente aos povos indígenas.
Como fidelidade ao Evangelho reconhecemos e respeitamos a diversidade de outras expressões de encontro com Cristo.
Os atos violentos intensificados no dia de ontem, para as organismos cristãos, são atitudes vexatórias que “demonstram uma falta de capacidade para construir novos caminhos para a renovação da nossa Igreja”. O grupo solida sua postura orante e pacifica, sem responder as atitudes violentas.
O texto assinado por mais de 30 instituições católicas que organizam a tenda Amazônia: Casa Comum, entre elas o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), reafirmam o espaço localizado na Igreja Transpontina, via della Conciliazione, como “um fiel reflexo desta Igreja unida, comprometida e diversa” e sustenta a esperança no processo sinodal iniciado há dois anos. “Milhares de pessoas deram suas vozes, suas propostas, suas opiniões sobre como construir uma Igreja com rosto amazônico”, escreve o documento.