04/10/2019

Lideranças indígenas e missionários do Cimi vão a Roma para participar do Sínodo da Amazônia

Realizado entre os dias 6 e 27 de outubro, encontro do Sínodo Amazônico em Roma buscar refletir sobre a realidade dos povos e a presença da Igreja na Pan-Amazônia

Papa Francisco encontra indígenas em Puerto Maldonado, no Peru. Foto: divulgação

Por Assessoria de Comunicação do Cimi

Uma delegação de 30 pessoas, entre lideranças indígenas, missionários e missionárias do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) vão a Roma, na Itália, para participar da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, realizada no Vaticano entre os dias 6 a 27 de outubro deste ano.

O Papa Francisco convocou o Sínodo para Amazônia em resposta aos clamores que surgem da região. Ela é composta pelo Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa, com população aproximada de 33 milhões de pessoas, dos quais 3 milhões são indígenas pertencentes a mais de 390 povos diferentes.

O Sínodo Amazônico busca reconhecer a riqueza do bioma, os saberes e a diversidade dos Povos da Amazônia, especialmente dos povos indígenas. Busca, ainda, visibilizar suas lutas, resistências e o modo de ser e defender a Amazônia, sua biodiversidade e seus povos tradicionais.

Com o tema “Amazônia: Novos Caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral”, o Sínodo da Amazônia está inserido no papado de Francisco e na história da Igreja, somando-se a um conjunto de ações do pontífice que olham para a Casa Comum.

O documento preparatório do Sínodo antecipa o debate sobre os interesses econômicos que exploram a Amazônia sob um paradigma desenvolvimentista “asfixiante, sem mãe, com sua obsessão pelo consumo e seus ídolos de dinheiro e poder”.

O documento levanta ainda a falta de demarcação dos territórios indígenas e o não reconhecimento do seu direito à terra como um elemento central para o debate da vida na Pan-Amazônia.

Participação dos povos e do Cimi no Sínodo

A participação dos povos indígenas é resultado da concepção de que o Sínodo deveria ser marcado por um processo de escuta envolvendo novos interlocutores. O Papa quer ouvir o povo, quer ouvir seus clamores, aponta Dom Erwin Kräutler, bispo emérito do Xingu.

“Sínodo, como a própria palavra diz, significa caminhar junto, o caminho em comum. Para isso, Francisco fez questão de não pedir apenas uma análise de conjuntura política, social, cultural, religiosa e econômica, pois entendeu o ver, julgar e agir como uma escuta. Ele quer ouvir o povo, ele quer que o povo fale”, explica Dom Erwin.

O Cimi participou de forma ativa em todo o processo de consulta do Sínodo da Amazônia, nos encontros e assembleias territoriais ou promovendo espaços próprios de diálogo com os povos indígenas. Agora, durante o encontro em Roma, irá participar também ativamente na realização dos eventos simultâneos na Tenda Amazônia Casa Comum.

A participação dos povos indígenas e dos missionários do Cimi busca, “por um lado, sensibilizar à sociedade e o conjunto da Igreja sobre a realidade dos povos indígenas, e por outro, contribuir com os trabalhos sinodais em temas que consideramos fundamentais na procura de novos caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral em que os povos sejam sujeitos e protagonistas”, explica Luis Ventura, missionário do Cimi.

Por meio das atividades na Tenda Casa Comum, a delegação de indígenas e missionários do Cimi busca contribuir com a reflexão sobre a realidade dos povos indígenas na Amazônia e em outros lugares do país. Com foco na defesa dos direitos territoriais dos povos indígenas, a proposta é denunciar as invasões às terras indígenas, expostas à grilagem, ao roubo de madeira e à exploração de garimpo ilegal, bem como explicitar a crescente disputa que põe em risco a vida dos povos.

As atividades buscam também trazer a realidade dos povos indígenas livres, igualmente chamados povos em isolamento voluntário; os desafios da missão junto aos povos indígenas, considerando o protagonismo dos povos e seus projetos de vida, e os desafios de um diálogo intercultural e inter-religioso com os povos indígenas, aberto e horizontal, marcado pela reciprocidade.

Saiba mais sobre a atuação do Cimi e dos povos indígenas no Sínodo e veja a programação de atividades aqui: cimi.org.br/sinododaamazonia

 

Serviços:

O quê: Indígenas e missionários do Cimi participam do Sínodo Amazônico em Roma

Quando: 6 a 27 de outubro 2019

Local: Vaticano, Roma

 

Mais informações:

Adi Spezia: 61 99641-6256

Guilherme Cavalli: +353 83 175-8385

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