29/08/2019

Igreja da Amazônia brasileira reflete sobre o Documento de Trabalho do Sínodo

Bispos das 56 dioceses e prelazias da Amazônia brasileira e lideranças, leigas, leigos, religiosos e padres participam da atividade

Encontro de Estudos do Documento de Trabalho do Sínodo ocorre no Centro de Espiritualidade Monte Tabor, da Arquidiocese de Belém. Foto: Repam Brasil

Encontro de Estudos do Documento de Trabalho do Sínodo ocorre no Centro de Espiritualidade Monte Tabor, da Arquidiocese de Belém. Foto: Repam

Por Repam

Teve início na manhã dessa quarta-feira o Encontro de Estudos do Documento de Trabalho do Sínodo. Cerca de 120 pessoas participam da atividade, entre elas os bispos das 56 dioceses e prelazias da Amazônia brasileira e lideranças, leigas, leigos, religiosos e padres. Realizada no Centro de Espiritualidade Monte Tabor, da Arquidiocese de Belém, a proposta da atividade é o estudo do Documento de Trabalho, bem como partilha das experiências das escutas e da caminhada do processo sinodal nas dioceses e prelazias da Amazônia.

No início da manhã, numa procissão orante, com a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, os participantes do encontro acompanharam na corda a oração que faz memória do Sínodo de Nazaré.

Na sessão de abertura, estiveram na mesa para saudação inicial o Cardeal Cláudio Hummes, presidente da REPAM, da CEA e relator do Sínodo; Dom Walmor de Azevedo, presidente da CNBB; Dom Alberto Taveira, arcebispo metropolitano de Belém; Dom Bernardo Balman, bispo da diocese de Óbidos e presidente do Regional Norte 2 da CNBB; Dom Davi Martinez de Aguirre Guiné, bispo de Puerto Maldonado, no Peru, e Padre Michael Czerny, subsecretário da Seção Migrantes e Refugiados para o Serviço de Desenvolvimento Integral Humano, nomeados secretários do Sínodo para a Amazônia; Cristiane Murray, da secretaria do Sínodo e vice-diretora da Sala de Imprensa da Santa Sé e o Pastor Inácio Lemke, presidente do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil/CONIC.

Na segunda parte da manhã, Pe. Oscar Beozzo conversou com os participantes do encontro sobre a história dos Sínodos na Igreja. Pe. Zenildo Lima, de Manaus, e Joaquim Alberto, especialista de Pastoralidade da União Brasileira de Educação Católica/UBEC, apresentaram o caminho das escutas sinodais e alguns resultados desse processo que culminou na elaboração do Instrumentum Laboris. Em seguida, Dom Mario Antônio, bispo de Roraima e segundo vice-presidente da CNBB, e Monsenhor Raimundo Possidônio, de Belém, apresentaram a primeira parte do documento de trabalho e encaminharam para um trabalho em grupos.

Durante a tarde, os participantes estudaram e refletiram algumas questões relacionadas à primeira parte do Documento de Trabalho. Numa sessão plenária, os grupos partilharam as principais questões debatidas. Em seguida, algumas lideranças fizeram alguns apontamentos destacando os pontos importantes refletidos que merecem atenção pelos padres sinodais.

Encontro de Estudos do Documento de Trabalho do Sínodo ocorre em Belém, entre os dias 28 e 30 de agosto. Foto: Repam

Encontro de Estudos do Documento de Trabalho do Sínodo ocorre em Belém, entre os dias 28 e 30 de agosto. Foto: Repam

Em preparação para Roma

De acordo com o Cardeal Cláudio Hummes outros encontros como esse, de Belém, estão sendo realizados nos outros países da Pan-Amazônia. “Estamos estudando o Documento de Trabalho, que na verdade é um texto ainda apenas como um instrumento para se trabalhar e que vai sendo modificado aos poucos, e que depois, no próprio Sínodo, sairá um outro texto”, explicou o Cardeal.

Dom Neri José Tondello, bispo de Juína, disse que encontros como o que acontece no Brasil, na reta final do processo de preparação para o Sínodo, ajudam na tomada de consciência da responsabilidade dos padres sinodais. “Essa etapa é fundamental porque nos ajuda a visualizar daqui para frente os passos, o método do próprio Sínodo, de como vai ser a prática dos dias que estaremos em Roma. Estes dias nos ajudam a ter clareza da missão e da responsabilidade que temos diante deste tema ‘novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral’”, destacou Dom Neri.

“O importante desse encontro é que há possibilidade de as vozes da Amazônia serem escutadas pelos padres sinodais e, ao escutarem, acolherem em seus corações as propostas, os clamores e os desafios relatados por essas vozes”, afirmou Dorismeire Vasconcelos, liderança leiga do Xingu, uma das representantes do Regional Norte 2 no encontro. “Que eles possam ser para nós a voz da esperança no Sínodo para a Amazônia”, concluiu Dorismeire.

Dom Walmor de Azevedo, presidente da CNBB, também participara do Sínodo, em Roma, e está presente neste encontro em Belém. De acordo com Dom Walmor, a voz dos bispos e das Igrejas que estão na Amazônia, são a voz da CNBB.  Ele afirmou que a Conferência irá contribuir na comunicação, uma vez que os resultados do Sínodo são para toda a Igreja do Brasil e do mundo. “Os temas tratados, os desafios postos e as exigências que sabemos existentes precisam ser bem compreendidas no interno da Igreja e fora da Igreja”, destacou o presidente da CNBB.

Essa é a última oportunidade de encontro do grupo antes do Sínodo, em outubro, em Roma. Organizado pela Comissão Episcopal Especial para a Amazônia/CEA da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil/CNBB e pela Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil, a atividade segue até sexta-feira (30).

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