06/08/2019

Cimi Regional Sul repudia ato de vandalismo contra exposição de artes em homenagem ao Ano Internacional das Línguas Indígenas

Diversas obras de arte expostas na terceira M’Bai – Mostra Regional de Artes Plásticas, que homenageava o Ano Internacional das Línguas Indígenas, foram danificadas e destruídas por invasores

Foto: Thiago Carvalho Werai

Foto: Thiago Carvalho Werai

O Conselho Indigenista Missionário – Cimi Regional Sul manifesta seu repudio e preocupação em função dos atos de vandalismo praticados contra a exposição de artes indígenas na terceira M’Bai – Mostra Regional de Artes Plásticas, realizada no Centro Cultural de Embú das Artes, em São Paulo. Nesta edição, foi homenageado o Ano Internacional das Línguas Indígenas, declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O evento contou com a participação de diversos artistas, inclusive indígenas e estudiosos de línguas, como a Guarani.

Conforme noticiado em alguns meios de comunicação, a galeria onde era realizada a referida exposição foi invadida na madrugada do dia 16 de julho e diversas obras foram danificadas e destruídas pelos invasores. Um dos expositores, Thiago Carvalho, manifestou, em seu perfil no Facebook, preocupação, e atribuiu o ataque a exposição ao racismo relacionado aos povos indígenas: “Minha indignação só aumenta quando penso que, muito provavelmente, o ataque covarde tenha sido motivado por racismo, um crime bárbaro de ódio”.

“O discurso do presidente Bolsonaro, assim como dos representantes de seu governo, tem demostrado menosprezo pela ciência, pela cultura e pela arte e direcionado seu rancor, seu ódio e seu desprezo aos povos indígenas”

O discurso do presidente Bolsonaro, assim como dos representantes de seu governo, tem demostrado menosprezo pela ciência, pela cultura e pela arte, assim como tem direcionado seu rancor, seu ódio e seu desprezo com relação aos povos indígenas, suas culturas, seus costumes e tradições. O discurso de ódio contra esses povos é fermento e combustível, assim como estímulo para a invasão, o esbulho territorial e ações violentas contra os povos indígenas em nosso país.

O fato ocorrido na exposição acima mencionada está inserido dentro deste cenário odioso estimulado pelo atual governo.

Reconhecendo a arte indígena como expressão do modo de vida dos povos indígenas e forma de conexão com suas ancestralidades, o Cimi Regional Sul espera que os órgãos e autoridades públicas tomem medidas no sentido de identificar e punir os autores de mais esta agressão e violência, como também garantir segurança para os povos indígenas apresentarem sua arte e cultura.

Conselho Indigenista Missionário – Cimi Regional Sul

Chapecó, SC, 05 de agosto de 2019

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