Encontro de Formação reúne caciques e jovens indígenas de 26 aldeias da TI Apinajé/TO
O Encontro de Formação trouxe, ainda, a reflexão acerca da importância de fortalecer a união em defesa dos povos e da Amazônia.
Cerca de 70 indígenas, de 26 aldeias da Terra Indígena Apinajé/TO participaram, de 06 a 08 de novembro, na Aldeia Macaúba, do Encontro de Formação “Na defesa dos direitos indígenas e do Bem Viver: resistência e incidência política neste contexto de ameaças à democracia”. O evento foi realizado pelo Conselho Indigenista Missionário Regional Goiás/Tocantins (Cimi/Goto).
Os indígenas compartilharam a preocupação com os ataques aos seus direitos e às ameaças que poderão ser intensificadas pelo governo eleito na legislatura 2019/2022, tendo em vista o discurso de ódio e intolerância apresentado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PLS). Para os indígenas, a preocupação se estende, também, às ameaças de direitos dos camponeses, quilombolas, ribeirinhos, sem-terra, quebradeiras de coco, dos pobres das cidades e, principalmente, porque a Mãe Terra vai sofrer mais, vai ser mais destruída.
A Reforma da Previdência (Proposta de Emenda à Constituição n° 287/16), pautada para ser votada com prioridade pelo governo eleito, foi outro ponto destacado pelos povos indígenas no Encontro de Formação. Para eles, a aprovação dessa reforma representa retrocesso social, com forte impacto para as classes menos favorecidas.
Apesar cenário intimidador, os povos indígenas não perderam a esperança e afirmaram que vão continuar resistindo, como têm feito desde que os portugueses chegaram no Brasil. Os povos indígenas afirmaram, também, que irão continuar articulando com os outros povos e com as minorias: “Vamos até Brasília ou onde for preciso para defender nossos direitos”, enfatizaram os indígenas.
E no último dia do encontro o tema foi o Sínodo Amazônico, convocado pelo Papa Francisco para outubro de 2019. O Encontro de Formação trouxe, ainda, a reflexão acerca da importância de fortalecer a união em defesa dos povos e da Amazônia. Para os indígenas, o Papa Francisco junto com a Igreja Pan-Amazônica quer ouvir os gritos da Mãe Terra e de seus povos, e ajudar à defender a vida e a dignidade destes povos frente as ameaças dos grandes projetos. Quer ser voz para defender e denunciar tudo o que representa morte para a Amazônia e seus povos.