Pastorais do Campo reunidas em Luziânia (GO) discutem linhas de ação em conjunto
Agentes de pastorais reuniram-se durante o III Encontro Nacional da Articulação das Pastorais do Campo, que começou na sexta (3) no Centro de Formação Vicente Cañas, em Luziânia
“Mudarei o sertão em açude, terra seca em olho d’água, assim falou o Senhor das andanças para dar a seu povo a esperança”, com esse refrão o grupo de 50 agentes das Pastorais do Campo iniciou as atividades do dia de hoje (4), no III Encontro Nacional da Articulação das Pastorais do Campo, que começou ontem (3) e vai até amanhã (5), no centro de formação Vicente Cañas, em Luziânia (GO).
A Bíblia e uma vela foram introduzidas no espaço, assim precedidas por uma bacia com água e um ramo verde, a terra e uma enxada foram também colocadas no espaço central, no auditório, onde o encontro está sendo realizado. Em seguida foi proclamada a leitura do livro do Êxodo, 3, 7-10 em que Moisés é chamado a libertar o povo que vivia sob a escravidão no Egito. Nessa passagem constata-se como Deus que ouve os clamores dos oprimidos e desce para libertá-los ao chamar Moisés, ressaltou frei Luciano Bernardi, agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT-BA). Ao comentar sobre o texto bíblico, o frei, lembrou que Jesus fez referencia a essa passagem, quando os fariseus pediam que ele silenciasse os discípulos, ao que ele responde: “Digo-vos: se estes se calarem, clamarão as pedras!”.
Luciano reforçou, “neste momento, diante daquilo que o povo está vivendo, se não falarmos, as pedras falarão. E fez memoria da 41ª Romaria da Terra e das Águas realizada em Bom Jesus da Lapa (BA), este ano, em que fizeram analogia a palavra de Jesus: “Se vocês ficarem calados, se os profetas desistem de falar, as nascentes secarão”. Por fim, o grupo recebeu a benção com a água, elemento de debate neste encontro devido a mercantilização desse bem comum.
Na sequência, os participantes reuniram-se em grupos menores para discutir sobre os avanços, as fragilidades e as estratégias da ação conjunta das Pastorais do Campo. O debate voltou para apresentação e complementação de toda a assembleia.
Num segundo momento da manhã, novamente em grupos menores, os agentes realizaram o balanço das estratégias utilizadas pelas Pastorais do Campo, considerando os eixos: formação, mobilização – principalmente na linha da incidência politica –, comunicação, articulações e enraizamento nas regiões. A metodologia usada também seguiu a roda de conversa a partir dos avanços, fragilidades e estratégias.
No período da tarde os participantes estão discutindo e propondo linhas de ações em coerência com as conclusões dos debates realizado ontem e hoje pela amanhã, com aporte do encontro realizado em agosto de 2017. Com isso a proposta é traçar um Plano de Ação do Conjunto das Pastorais do Campo, com ênfase nas eleições de 2018 e a ação do grupo para o próximo triênio.
O encontro segue até amanhã (5) ao meio dia. Na conclusão os participantes publicarão uma carta com compromissos e posicionamentos conjuntos diante do atual contexto.