Na terceira edição, curso debate perspectivas de compreensão das realidades dos povos indígenas no Brasil
Com 30 cursistas das cinco regiões do país, iniciativa propõe formação para apropriação de referenciais conceituais e legais que permitem o conhecimento e valorização da sociodiversidade indígena.
Iniciou no dia 09 de julho, no Centro de Formação Vicente Canãs, em Luziânia (GO), a terceira edição do Curso de Extensão em Histórias e Culturas Indígenas. A iniciativa é resultado da parceria entre o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Participam desta edição 30 cursistas das cinco regiões do país.
Durante a apresentação dos participantes foi unânime a alegria dos cursistas de participar da terceira edição, tanto pelos objetivos do mesmo, quanto pela importância dos conteúdos que serão abordados para a aplicação na sua prática diária. Buscam o aprimoramento e qualificação de suas ações junto às comunidades indígenas. Todos os participantes atuam com indígenas nas suas regiões, mesmo que indiretamente.
Para Clóvis Antonio Brighenti, professor da UNILA e coordenador do curso, o sucesso das edições anteriores fez com que as instituições repetissem a formação. “A avaliação das edições anteriores foi muito positiva, estimulando assim, a continuidade do mesmo. Possivelmente, no próximo ano, ofereceremos uma pós-graduação com a mesma temática”.
Cleber César Buzatto, secretário executivo do Cimi e também coordenador do curso, reflete sobre a importância e realização de mais uma edição do curso para o Cimi. “Uma resposta da entidade a um grande volume de demanda da sociedade por uma formação qualificada sobre a temática e uma oportunidade especial de contribuirmos com a construção de visões e relações mais respeitosas de amplos setores da sociedade brasileira em relativamente aos povos originários”, expressa o missionário.
Os participantes relatam que além dos conceitos que cada disciplina trará, também buscam uma desconstrução da forma de pensar e repassar a cultura e história dos povos. Afirmam buscar compreensão de alguns processos, tanto jurídicos, como históricos, antropológicos e políticos para qualificar sua atuação, além de poder refletir com indígenas e não indígenas uma nova forma de ver o “índio” no Brasil.
O grupo é composto por mulheres e homens de diversos campos da ciência e das lutas sociais e populares. Há acadêmicos de Direito, Pedagogia, educadores dos ensinos fundamental, médio e universitário, além de advogados, psicólogos, historiadores, servidores públicos e religiosas e religiosos.
O curso se estenderá até o dia 28 de julho, com grade de 180 horas/aula. As temáticas abordadas no curso de extensão são História e Resistência Indígena, Terra, Território e territorialidade e sua relação com práticas e saberes ambientais, Direitos indígenas: legislação e mobilização política dos Povos Indígenas, Os projetos de Bem Viver como crítica radical ao Capitalismo, Antropologia Indígena, Conjuntura Política Indigenista e questão metodológica de elaboração do trabalho final.