29/11/2017

Audiência pública no Senado denuncia crimes contra indígenas no Morro dos Cavalos, em Palhoça (SC)

A indígena Ivete de Souza, 59 anos, teve a mão esquerda decepada por golpes de facão

Do Ministério Público Federal/SC

Lideranças indígenas da comunidade do Morro dos Cavalos, em Palhoça (SC), participaram na manhã desta terça-feira (28) de audiência pública no Senado Federal promovida pela Comissão de Direitos Humanos (CDH). Os indígenas denunciaram os ataques e as agressões constantes que estão sofrendo em razão do processo de demarcação de suas terras. No dia 2 deste mês, a indígena Ivete de Souza, 59 anos, teve a mão esquerda decepada por golpes de facão. Ontem, a procuradora da República Analúcia Hartmann, do Ministério Público Federal em Santa Catarina (MPF/SC), visitou Ivete na comunidade Guarani Mbya e conversou com lideranças locais.

Na audiência pública, a ex-cacica Eunice Kerexu Antunes, filha de Ivete, disse que a comunidade do Morro dos Cavalos tem sofrido atentados desde 2012. Também participaram da audiência Rogério Navarro, subprocurador-geral da República; Elizete Antunes, cacica Yakã Porã do Território Indígena Morro dos Cavalos; e Vanderlei Gonçalves, liderança do Território Indígena Morro dos Cavalos. (A audiência pública está disponível na íntegra no site do Senado).

Na visita desta segunda-feira (27) à comunidade do Morro dos Cavalos, a procuradora Analúcia Hartmann ouviu das lideranças Guarani que as agressões e ameaças contra os indígenas não pararam. Geralmente à noite pessoas não identificadas disparam tiros, xingam e gritam palavrões na entrada da aldeia. Conforme relato à procuradora, a comunidade, onde moram cerca de 300 pessoas, continua apreensiva e se sente abandonada em relação à apuração dos crimes. Vigílias, com apoio de voluntários, têm sido feitas diariamente para proteger a comunidade.

Iluminação será instalada

Neste último fim de semana a comunidade da área próxima à Escola Indígena Itaty, à margem da BR-101, no Morro dos Cavalos, recebeu 24 de um total de 35 postes de iluminação do projeto Litro de Luz. A aldeia terá iluminação diariamente no período noturno do projeto alternativo que utiliza painéis solares, lâmpadas de led, uma bateria de sete amperes, canos de PVC e garrafas pet de dois litros. Uma câmara de vídeo online, segundo a comunidade, também deverá ser instalada em breve para identificar agressores.

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