11/09/2017

Na luta e resistência, povo Deni celebra história em XII Assembleia da Aspodex


Indígenas da região de Tefé têm realizado encontros de formação, entre eles a Assembleia Deni. Crédito: Lygia Kloster Apel/Cimi

Num clima de resistência e celebração, conquista e perspectiva, o povo Deni inicia o processo de articulação e organização de sua XII Assembleia da Associação do Povo Deni do Rio Xerua (ASPODEX), que acontece entre os dias 20 e 22 de setembro, na aldeia Itauba, no município de Itamarati (AM).

A Assembleia da ASPODEX é a instância máxima, com poder de decisão, sobre como o povo Deni deve enfrentar seus problemas e ameaças aos seus direitos e, também, celebrar sua luta e suas conquistas. Para Marizanu Deni, presidente da Associação, “a importância da Assembleia está no fortalecimento da organização do povo e é um espaço de formação, interação e fortalecimento cultural”. Nas pautas que serão debatidas, o povo Deni discutirá seus projetos de vida na perspectiva de projetar um futuro digno e com direitos respeitados.

Para os missionários do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) de Tefé (AM), Fábio Pereira e Raimundo Francisco, que prestam assistência e assessoria à ASPODEX, o evento é um gesto de comunhão com a luta e resistência dos parentes em todo o Brasil. “Nesses tempos de ataques aos direitos indígenas, é importante discutir a conjuntura política e seus efeitos para a causa indígena”, diz o missionário Fábio Pereira.

Como parte da mobilização e divulgação da Assembleia para a população de Itamarati, neste dia 5 de setembro, o presidente Marizanu Deni e os missionários participaram do programa A Hora do Povo, na Rádio Comunitária FM do Povo, com o comunicador Gerson Amâncio.

Na oportunidade, Marizanu Deni fez o convite ao poder público do município para participar da Assembleia e, juntos, dialogar em busca de mecanismos que possibilitem a implementação de políticas públicas indigenistas eficazes na resolução dos problemas e desafios que enfrentam. Com essa participação, o povo Deni mostra para a sociedade envolvente que, mesmo com tanta violação aos seus direitos, que há anos vêm sofrendo, eles resistem e fortalecem seus modos de vida tradicionais e sua cultura. “Nossa Assembleia será uma IMA AMUSINAHA (festa grande)", diz Marizanu.


Fonte: Cimi Regional Norte I - Equipe Tefé
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