Criminalização: povo Tupinambá se manifesta contra a prisão do cacique Luciano Akauã
O povo Tupinambá se manifesta contra a prisão do cacique Luciano Akauã, ocorrida no último dia 21. A ação da Polícia Militar, conforme os indígenas, teve como motivação a luta travada pelos Tupinambá por seu território tradicional, que aguarda a publicação da portaria declaratória de demarcação pelo Ministério da Justiça há quase uma década.
De acordo com o boletim de ocorrência lavrado, o cacique foi detido por porte ilegal de maconha. No entanto, ele nega a posse e o povo entende que se trata de uma ação forjada por conta do histórico de ameaças policiais sofridas pelo cacique e sua família. Outros indígenas Tupinambá denunciam que sofreram ameaças dos policias.
“Cacique Luciano Akauã pai de cinco filhos, Cacique da aldeia Tamandaré, vice-presidente do Condise (Conselho Distrital de Saúde Indígena DSEI Bahia), é um homem honrado, popular, justo, honesto que detesta drogas ilícitas, ficando assim provado a inveracidade do tal flagrante apresentado pela policia (SIC)”, diz o povo Tupinambá.
Leia a manifestação Tupinambá na íntegra:
Criminalização de Liderança no sul da Bahia
Mas uma vez no Sul da Bahia o povo Tupinambá é vitima de ataques por parte da policia militar criminalizando e forjando crimes na região. Nessa sexta feira 21 de outubro de 2016 o Cacique Luciano Akauã foi vitima de um desses ataques, a baixa policia militar comprada pelo Sr. Luiz Henrique Uaquim forjou uma prisão em flagrante do Cacique colocando como se o mesmo estivesse em posse de 1.100 kg de maconha, ficando provado assim o alto nível de corrupção das autoridades na região. No dia 19 de outubro o Sr. Luiz Henrique Uaquim acompanhado do major Pinheiro lotado na corporação 69º,comandante das operações na região. Este esteve na residência da liderança Ednaldo Silva Miranda conhecido como Dinho, não encontrando o mesmo deixou o seguinte recado com a esposa do mesmo “Estou sabendo que vocês querem invadir minha propriedade, diga a Dinho que ele tem filho pequeno pra criar” e dois dias depois por volta do meio dia chegou na casa do Sr. Ednaldo 4 viaturas da policia militar mais um veiculo descaracterizado comandados pelo então major Pinheiro, apreendeu o Sr. Ednaldo e ficou rodando dentro do território e entrando nas residências dos indígenas procurando pelo Cacique Luciano, vasculhando e ameaçando as famílias, até que por volta das 15:00 horas na rodovia Olivença-Buerarema na região de Sapucaeira encontrou o Cacique Luciano conduzindo uma moto, imediatamente a policia o abordou forjando o tal flagrante. Cacique Luciano Akauã pai de cinco filhos, Cacique da aldeia Tamandaré, vice-presidente do Condise (Conselho Distrital de Saúde Indígena DSEI Bahia), é um homem honrado, popular, justo, honesto que detesta drogas ilícitas, ficando assim provado a inveracidade do tal flagrante apresentado pela policia. Logo após a prisao em flagrante do cacique. Dia 22 por volta da 12h30 em frente a entrada da fazenda do Sr. Mario bucharf, a mesma guarnição abordou um dos indios aqui de nossa comunidade afim de preciona-lo e ameaça-lo falando as seguintes coisas: “ eu vou liberar você mas não mexa com gente da gente”entendemos que essa posição por parte dos policiais seria um ato de ameaça, pois em nosso entendimento a policia tem a função de protejer os cidadões brasileiros e não servir de pistoleiro ou vigilante de propriedades particulares, Policia essa que alguns meses atrás que da mesma forma orquestrou a prisão do cacique Babau, forjando armas de fogo como se estivesse em posse do mesmo, operação essa que também foi comandada pelo mesmo major Pinheiro da PM. Gostaríamos aqui de denunciar esses ataques e provocar uma investigação dos policiais dessa guarnição, pois a mesma vem com objetivo de paralisar o movimento indígena através das prisões de seus lideres. Estamos todos oprimidos e preocupados com o que possa acontecer de agora pra frente, pois sabemos que da mesma forma suja que aconteceu às prisões do cacique Babau e do cacique Luciano eles podem armar da mesma forma a prisão de qualquer um membro do movimento indígena, e pedimos encarecidamente providências em relação a essa milicia de polícias.
Atenciosamente, Povo Tupinambá de Olivença