08/09/2015

Mobilização dos Povos Indígenas do Cerrado divulga nota em apoio aos Guarani e Kaiowá

A Mobilização dos Povos Indígenas do Cerrado (MOPIC), composta de representantes indígenas dos Estados de MT, MS, GO, MG, MA e TO, vem a público externar indignação e repúdio ao brutal e covarde assassinato do líder indígena, Simão Vilhalva, ocorrido no último sábado, dia 29 de agosto de 2015, estas são demonstrações das mais selvagens e bárbaras violências contra os povos indígenas, que banaliza a vida e que horroriza o estado de Mato Grosso do Sul. A MOPIC através de seus coordenadores se consternam com a dor e o pesar dos familiares e amigos pela perda de um grande líder, que teve sua vida ceifada de forma injusta e violenta, rogando a Deus que abençoe a família e que os ampare e ajude a enfrentar essa imensa dor. Este é mais um ato de impunidade que persiste em nossa sociedade contra quem, aqueles que detêm os direitos originários de lutar para garantir seus territórios demarcados para manterem suas sobrevivências

É visivelmente notável a negligência e morosidade do governo federal para resolver em tempo devido a regularização dos territórios dos povos indígenas que compõem aquele Estado, com isto, ao longo das últimas décadas, somente vem reforçar ainda mais a insegurança e acirramento de conflitos entre fazendeiro e indígenas dados pela retomada dos seus territórios. Por isso conclamamos a necessidade da intervenção federal, conforme prevê a Constituição Federal no artigo 34, VII – b, quando há violação de direitos da pessoa humana, respaldado no preâmbulo e no artigo 1º, que se justifica como sendo uma medida de caráter urgente e imprescindível.

Diante da omissão por parte do Estado Brasileiro, do Poder Público, a MOPIC vem solicitar da FUNAI e de órgãos como o Ministério Público Federal, Ministério da Justiça, Secretaria Geral da Presidência da República e das Comissões de Direitos Humanos da Câmara e do Senado, apuração dos fatos e a punição dos autores que resultou o assassinato do líder Simião Vilhalva, e que o governo tome como prioridade de solucionar esse conflito que perpétua há muitos anos, no sentido de que sejam evitados novos confrontos sangrentos de ambos os lados naquela região, resguardando o direito constitucional dos povos indígenas na garantia da demarcação dos seus territórios. 

Por fim, reafirmamos como povos originários desta terra que DESISTIR NUNCA, RESISTIR SEMPRE, e reiteramos aqui o nosso compromisso de que estamos unidos na luta pela defesa dos territórios e direitos dos povos indígenas do Brasil

Somos todos Guarani-Kaiowá

Palmas, 03 de setembro de 2015

Fonte: Mobilização dos Povos Indígenas do Cerrado (MOPIC)
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