30/07/2015
Por expulsão de madeireiros, indígenas Ka’apor bloqueiam BR-316 no Maranhão
Cerca de 100 indígenas do povo Ka’apor bloqueiam, desde as 5 horas desta quinta-feira (30), os dois sentidos da rodovia BR-316, entre os municípios de Nova Olinda e Zé Doca, noroeste do Maranhão. Os indígenas protestam contra a exploração ilegal de madeira na Terra Indígena (TI) Alto Turiaçu e a morosidade nas investigações acerca do assassinato de Eusébio, liderança morta em abril a mando de madeireiros. “A polícia não dá nenhuma resposta, parece estar resguardando os suspeitos. Não intimou nenhum madeireiro a depor”, diz uma liderança.
Os Ka’apor têm sido perseguidos e ameaçados cotidianamente devido às ações de vigilância e proteção territorial que promovem na TI contra a ação de madeireiros. No dia 16 de julho, uma das principais lideranças na defesa do território foi alvo de um atentado a tiros. O Estado não ofereceu nenhum tipo de proteção aos indígenas, que temem por suas vidas. “Tentamos proteger nossa terra, mas sabemos que é muito fácil pra eles nos matarem, assim como fizeram com o Eusébio, porque nada acontece. Eles seguem impunes nas suas atividades ilegais, nos ameaçando e transportando caminhões e caminhões de madeira de dentro da nossa terra”, diz uma liderança do Conselho de Gestão Ka’apor, instância administrativa organizada pelos indígenas que monitora a educação, saúde e proteção territorial.
Para desocupar a rodovia, os indígenas exigem a presença do secretário de Segurança do estado, Jefferson Miler Portela, de um delegado da Polícia Civil e de um representante da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Brasília. As lideranças reivindicam ainda a instalação de postos de vigilância no território – decisão judicial de janeiro de 2014 que não foi cumprida pela Funai, Polícia Federal e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os órgãos foram condenados pela Justiça Federal a implantar postos de fiscalização nas TIs Alto Turiaçu, Awá Guajá e Caru.
Os indígenas também pedem ações na saúde e educação, como a contratação de professores, melhoras nas estruturas dos postos e escolas e a contratação de duas Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena, para atuação nas aldeias. Os indígenas revelam que a coordenação regional da Funai é omissa e não atende as necessidades básicas nas aldeias. “Embora reconheça nosso trabalho, a Funai alega que a nossa luta não pode se resumir a pedir recursos. Se for assim, de onde conseguiremos apoio para continuar a resistência contra os madeireiros?”, queixa-se um indígena.
Os Ka’apor organizaram o protesto depois de realizarem um encontro nessa terça (28) e quarta-feira (29) no município de Presidente Médici, onde debateram estratégias para a proteção da TI. “Vamos dar continuidade ao nosso plano de trabalho para o etnomapeamento e gestão do território”, revela um membro do Conselho de Gestão. “O encontro foi um momento de compreender a realidade indígena no Brasil, especialmente a situação dos povos Guarani-Kaiowá, Munduruku, Tupinambá e Terena”, explica a liderança. Durante o encontro, o grupo leu uma carta em que o povo Munduruku demonstra solidariedade aos indígenas Ka’apor e Guarani-Kaiowá e daí surgiu a ideia de realizar intercâmbio entre os povos. “Planejamos fazer encontros com nossos parentes indígenas, para compartilhar as experiências e estarmos juntos em atividades futuras”, diz o indígena.
Os Ka’apor têm sido perseguidos e ameaçados cotidianamente devido às ações de vigilância e proteção territorial que promovem na TI contra a ação de madeireiros. No dia 16 de julho, uma das principais lideranças na defesa do território foi alvo de um atentado a tiros. O Estado não ofereceu nenhum tipo de proteção aos indígenas, que temem por suas vidas. “Tentamos proteger nossa terra, mas sabemos que é muito fácil pra eles nos matarem, assim como fizeram com o Eusébio, porque nada acontece. Eles seguem impunes nas suas atividades ilegais, nos ameaçando e transportando caminhões e caminhões de madeira de dentro da nossa terra”, diz uma liderança do Conselho de Gestão Ka’apor, instância administrativa organizada pelos indígenas que monitora a educação, saúde e proteção territorial.
Para desocupar a rodovia, os indígenas exigem a presença do secretário de Segurança do estado, Jefferson Miler Portela, de um delegado da Polícia Civil e de um representante da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Brasília. As lideranças reivindicam ainda a instalação de postos de vigilância no território – decisão judicial de janeiro de 2014 que não foi cumprida pela Funai, Polícia Federal e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os órgãos foram condenados pela Justiça Federal a implantar postos de fiscalização nas TIs Alto Turiaçu, Awá Guajá e Caru.
Os indígenas também pedem ações na saúde e educação, como a contratação de professores, melhoras nas estruturas dos postos e escolas e a contratação de duas Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena, para atuação nas aldeias. Os indígenas revelam que a coordenação regional da Funai é omissa e não atende as necessidades básicas nas aldeias. “Embora reconheça nosso trabalho, a Funai alega que a nossa luta não pode se resumir a pedir recursos. Se for assim, de onde conseguiremos apoio para continuar a resistência contra os madeireiros?”, queixa-se um indígena.
Os Ka’apor organizaram o protesto depois de realizarem um encontro nessa terça (28) e quarta-feira (29) no município de Presidente Médici, onde debateram estratégias para a proteção da TI. “Vamos dar continuidade ao nosso plano de trabalho para o etnomapeamento e gestão do território”, revela um membro do Conselho de Gestão. “O encontro foi um momento de compreender a realidade indígena no Brasil, especialmente a situação dos povos Guarani-Kaiowá, Munduruku, Tupinambá e Terena”, explica a liderança. Durante o encontro, o grupo leu uma carta em que o povo Munduruku demonstra solidariedade aos indígenas Ka’apor e Guarani-Kaiowá e daí surgiu a ideia de realizar intercâmbio entre os povos. “Planejamos fazer encontros com nossos parentes indígenas, para compartilhar as experiências e estarmos juntos em atividades futuras”, diz o indígena.
*Na primeira foto, a liderança Eusébio Ka’apor durante protesto pela proteção do território. Eusébio foi assassinado em abril e suspeitos não foram intimados. Clique aqui para saber mais.