10/03/2015

Articulação das Pastorais do Campo realiza Encontro sobre “Desafios Pastorais no Campo”

Aconteceu entre os dias 06 e 08 de março, no Centro de Formação Vicente Cañas, em Luziânia, Goiás, o Encontro Ampliado da Articulação das Pastorais do Campo – o evento é ampliado porque além das pastorais há a presença de povos e comunidades tradicionais. “Desafios Pastorais no Campo” foi o tema que guiou o segundo encontro de 2015 da articulação, que contou com assessoria de Nancy Cardoso Pereira e Sandro Gallazzi.

 

Participaram do encontro representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Cáritas Brasileira, Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM), e Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Também acompanhou o evento o padre Ari Antônio dos Reis, assessor da Comissão Episcopal para Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Cerca de 35 pessoas estiveram no Encontro.

 

Iniciada em 2011, a Articulação das Pastorais do Campo visa fortalecer as ações dessas Pastorais e juntar forças nas lutas, muitas vezes, comuns que elas defendem, como os direitos das comunidades tradicionais em relação aos seus territórios e ao seu modo de vida tradicional. "O desafio continua sendo de fortalecer as articulações já existentes e iniciar outras em alguns estados. Confirmamos a importância da articulação destas comunidades, e os avanços nas ações conjuntas na Bahia, Norte de Minas, Pernambuco, Tocantins", explica Isolete Wichinieski, da coordenação executiva nacional da CPT.

 

“Planejar ações e lutar de forma conjunta!”. Assim como pontuou Isolete na fala acima, os participantes do Encontro ressaltaram que é necessário se "juntar para resistir". Pensando nisso, no segundo dia do evento, as pessoas foram instigadas a discutirem "o que é ser pastoral?". Após a discussão em grupo, os participantes definiram um objeto que simbolizasse o "ser pastoral". Um dos grupos se classificou como um maço de palitos, pois, segundo o grupo, um palito só é fácil de ser quebrado, mas se vários estiverem juntos eles possuem mais força.

 

 Ainda no segundo dia de evento, após leitura bíblica de João 10: 1-14, os participantes do encontro foram estimulados a elencar, conforme a leitura, quem são os ladrões, salteadores, e mercenários que ameaçam as comunidades tradicionais hoje. E num segundo momento, foram lembrados “os pastores que, diante da luta, deram a vida pelas ovelhas”. Neste contexto, Gallazzi fez memória sobre o início e escolhas das pastorais. “Quando nasceram nossas pastorais, pastoral era escolher um lado. É preciso ser uma presença profética nessa realidade que estamos e mostrar de que lado estamos”, analisou.

 

 No dia 08, durante a manhã de encerramento do encontro e Dia Internacional da Mulher, uma celebração marcou o início das atividades. As inúmeras lutadoras do campo e da cidade foram lembradas. Para esse ano ainda estão previstas várias mobilizações das comunidades tradicionais, sendo algumas específicas de cada grupo e outras em conjunto.

 

Fevereiro

 

No mês passado, coordenadores das Pastorais do Campo – CPT, Cáritas Brasileira, CPP, PJR, e Cimi – se reuniram entre os dias 06 e 08, no Centro de Formação Vicente Cañas.  “Como sempre tivemos um momento de olhar a conjuntura e perceber os desafios para a ação pastoral”, relatou Isolete Wichinieski, que esteve na reunião de planejamento.

 

 Foram debatidos projetos em curso que atingem diretamente as comunidades tradicionais, como a PEC 215, a votação do Projeto de Lei (PL) 7735, e a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) 3239. Para denunciar essas e tantas outras ofensivas contra os povos do campo, as Pastorais do Campo e diversas organizações elaboraram Carta Denúncia, que foi entregue ao representante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, no dia 06.

Fonte: Comissão Pastoral da Terra (CPT)
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