30/01/2015

Cimi realiza a edição de 2015 do seu Curso de Formação Básica

Entre os dias 6 e 27 de janeiro de 2015, foi realizado no Centro de Formação Vicente Cañas, em Luziânia (GO), as duas etapas do Curso de Formação Básica do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Neste ano, vinte cursistas participaram da Etapa I e onze da etapa II. Dentre eles seis participantes são estrangeiros (do Congo, Espanha, Quênia e Peru). Dos 31, treze eram religiosos, sendo cinco padres e nove irmãs. Em relação ao gênero, participaram 16 homens e 15 mulheres. A grata surpresa foi o grande número de jovens.

No primeiro bloco de estudos da etapa I foram abordados os temas: “História do Cimi e Movimentos Indígenas” (Saulo Feitosa e Egon Heck foram os responsáveis por estas aulas) e a História da Resistência Indígena e da Missão (ministrado pelo Benedito Prezia). Enquanto na etapa II a professora Lúcia Rangel trabalhou o tema da Antropologia II. No segundo bloco de estudos os cursistas da etapa I tiveram a oportunidade de aprofundar, com as professoras Lúcia Rangel e Luciana Galante, o tema da Antropologia I e, com o assessor teológico do Cimi o padre Paulo Suess, a questão da fundamentação teológica que nos motiva na caminhada. Já na etapa II, os assessores jurídicos do Cimi Adelar Cupsinski e Alessandra Farias abordaram o tema dos “Direitos Indígenas e o Estado Brasileiro II” e a assessora de comunicação do Cimi, Patrícia Bonilha, abordou a Política de Comunicação da entidade. A etapa II encerrou o segundo bloco com uma oficina sobre Instrumental para Análise de Conjuntura e Política de Comunicação do Cimi, assessorada pela responsável pela administração do jornal Porantim, Marline Dassoler.

Já no terceiro e último bloco, a etapa I refletiu sobre noções básicas sobre o capitalismo e a política indigenista e a participação dos indígenas e indigenistas nos espaços de controle social e foi assessorado pelo secretário executivo do Cimi, Cleber Buzatto e por Marline Dassoler. A questão sobre os Direitos Indígenas e o Estado Brasileiro I, contou com a assessoria de Adelar Cupsinski, Chantelle Teixeira, Luis Eloy e Caromi Oseas. No dia 22 de janeiro, o presidente do Cimi, Dom Erwin Kräutler falou para as duas turmas sobre a mística militante e missionária.

No último bloco, o pessoal da etapa II estudou sobre os aspectos teológicos da missão sendo que as duas turmas voltaram a ficar juntas no dia 19, com o padre Paulo Suess, e finalizaram suas reflexões com a Iara Bonin, abordando os temas da: “Metodologia: planejamento, avaliação e elaboração de projetos” e os “aspectos políticos e práticos da atividade missionária”.   

O Curso de Formação do Básico de 2015 foi marcado pelo clima de muita mística encarnada, descontração e compromisso e teve na coordenação Haroldo Heleno (Cimi Leste), Idalina Mendes (Norte 1) e Marline Dassoler (Secretariado).

Alguns dos comentários feitos pelos cursistas expressam a importância deste curso no sentido de promover um aprofundamento da reflexão sobre o trabalho missionário: “Vou sair bastante mexido deste curso”, “É uma oportunidade de construirmos outro olhar sobre a nossa missão” e “Estes dias foram nos alimentando, quebrando preconceitos, nos motivando, nos fortalecendo para a caminhada”.

A mística de encerramento do curso aconteceu em volta do “pé de cerejeira” plantado durante o curso, como símbolo de solidariedade, “enraizamento” na realidade e, sobretudo, de compromisso com a causa indígena. Que possamos continuar sendo a “areia que emperra este sistema excludente” e também missionários confiáveis para os povos indígenas.

Como nos dizia Dom Erwin, na celebração do envio: “Não darás nunca a impressão de que viestes para ensinar, para civilizar, para instruir, para colonizar! Jamais violentarás a alma do povo que, doravante, será o teu povo!”

“Vai meu irmão, minha irmã! Lá, em tua nova missão, em tua nova terra, em tua nova pátria, anunciarás Jesus Cristo e o seu Evangelho. Servirás aos pobres, aos excluídos do banquete da vida, lavando-lhes os pés. Falarás com quem nunca andou ou não anda mais conosco”.

 

Fonte: Haroldo Heleno, Cimi Leste
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