16/05/2014

“Não serviu para nos amedrontar”, dizem em nota indígenas do RS sobre prisão de lideranças

Mais de 30 lideranças indígenas do Rio Grande do Sul divulgaram nesta sexta-feira (16), nota sobre o posicionamento das comunidades em relação à prisão de suas lideranças e à morosidade do Ministério da Justiça em concretizar os processos de demarcação dos territórios indígenas no Estado. As lideranças ainda afirmam que não participarão da reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, marcada para a próxima quinta-feira (22) em Brasília (DF).

Confira na íntegra:


 Documento das lideranças indígenas do Rio Grande do Sul

Nós, lideranças indígenas reunidas no dia 15/05/2014, na Terra Indígena Rio dos Índios, município de Vicente Dutra (RS), decidimos que não iremos a Brasília (DF), porque fomos traídos pelo governo Estadual e Federal com prisão das nossas lideranças indígenas. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deve parar com reuniões e mais reuniões, estamos cansados, e partir de vez para concretude. As atitudes e ações concretas que devem ser tomadas pelo ministro são:

1 – Pagar os colonos de Rio dos Índios, fazer a desintrusão e a homologação da Terra.

2 – Mandar Grupos Técnicos (GTs) para a Terra Indígena Passo Grande da Forquilha, município de Sananduva (RS), concluindo o processo de demarcação daquela Terra;

3 – Assinar as Portarias de declaração de posse as Terra Indígena Votouro/Kandóia;

4 – Assinar a publicação declaratória da Terra Indígena Irapuá, município de Caçapava do Sul (RS).

A prisão das nossas lideranças indígenas não serviu para nos amedrontar, exigimos que soltem as nossas lideranças porque não nos responsabilizamos pelo que possa acontecer. As lideranças indígenas querem a resposta deste documento, por escrito, enviada para a Funai e que a Funai nos informe também por escrito, não queremos respostas por telefone. Repudiamos a reunião marcada para o próximo dia 22/05/2014 e exigimos até lá uma resposta deste documento. Nós, lideranças do RS, estamos organizados e mobilizados para ações concretas a qualquer momento.

Fonte: Lideranças Indígenas do RS
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