Liderança Guarani Kaiowá denuncia ataque de pistoleiros ao tekoha Pyelito Kue
A comunidade Guarani Kaiowá do tekoha – lugar onde se é – Pyelito Kue/Mbarakay, em Iguatemi (MS), está desde a manhã deste sábado, 1 de março, sob ataque de pistoleiros. A denúncia é de Líder Solano Lopes, liderança do tekoha: “Homens passam de moto na frente da porteira e atiram na direção da aldeia. Começaram cedo e agora que escureceu ficou mais forte”.
Líder pede proteção às autoridades, pois não é a primeira vez que o grupo é atacado. No tekoha, retomado no último dia 12 de fevereiro, vivem cerca de 250 Guarani Kaiowá. Incidente sobre Pyelito Kue/Mbarakay, a área onde estão os indígenas é parte da fazenda Cambará, com cerca de 1.200 hectares.
O grupo vivia em um hectare às margens de uma estrada vicinal nas proximidades de Pyelito. Depois desta última retomada (já é a terceira tentativa do grupo de voltar para o território tradicional e sagrado), homens não identificados atiraram contra a comunidade, de acordo com as lideranças indígenas.
Sem comida, água, convivendo com a poeira e debaixo de lonas, os indígenas decidiram retornar ao local de onde os mais velhos foram expulsos. O grupo divulgou uma carta, no final de 2012, afirmando a decisão de resistir em suas terras até as últimas consequências, o que despertou a atenção da opinião pública nacional e internacional. Na ocasião eles viviam na beira do rio Hovy.
O tekoha Pyelito Kue/Mbarakay é parte de área identificada com 41.571 hectares de extensão pelo Grupo de Trabalho (GT) da Bacia Iguatemipeguá, localizada nas proximidades da Terra Indígena Sassoró. A fazenda Cambará é apenas uma das várias propriedades incidentes sobre a área identificada.
As lideranças pedem às autoridades garantias para ficar no tekoha, posto que foram expulsos por pistoleiros antes do relatório de identificação ter sido publicado pelo Ministério da Justiça.