Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas é lançado na Câmara de Vereadores de Guajará-Mirim, Rondônia
Mensagem de Dom Benedito Araújo, bispo da Diocese de Guajará-Mirim, Rondônia
Há quatro meses (06/05/13), no auditório da Cúria Arquidiocesana de Porto Velho a Comissão Pastoral da Terra (CPT), apresentou o caderno “Conflitos no campo – Brasil
Hoje, 24/09, nesta casa, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) lança o “Relatório Violência contra os povos indígenas no Brasil – Dados de
Aproveito para parabenizar à audácia e o profetismo deste expressivo trabalho do Cimi, que na nossa Diocese de Guajará-Mirim não tem medido esforço na relevante missão de formar, acompanhar, salvar a vida e a cultura dos povos indígenas.
Este “relatório de violência contra os povos indígenas no Brasil é um instrumento, no entender do Cimi, de denúncia das violações aos direitos indígenas e, ao mesmo tempo de explicitação das demandas pela garantia desses direitos, fundamentalmente a demarcação das terras, a proteção ao meio ambiente, políticas públicas que respeitem as diferenças étnicas e culturais, especialmente em saúde, educação, segurança e acesso e usufruto às terras”.
A violência praticada contra os povos indígenas tem segundo os dados suas causas vinculadas: as disputas fundiárias, confinamentos populacionais existentes nas reservas indígenas, acampamentos na beira de estrada, degradação ambiental, à política desenvolvimentista governamental, a falta de uma política indigenista e tantas outras urgências.
Os “dados apresentados neste relatório provam de modo irrefutável, a intolerância e truculências vigentes em nosso pais em relação as populações indígenas”. Por isso, que na avaliação de Sônia Guajajara, da coordenação das organizações indígenas da Amazônia brasileira (COIAB) ela afirma: “Se antes lutávamos pelos cumprimentos de nossos direitos, hoje lutamos para não perder esses direitos reconhecidos na constituição”.
Este relatório que o Cimi coloca em nossas mãos, deve ser sempre um instrumento de formação, divulgação e pesquisa para criticamente se entender o embate em torno da questão indígena.
Folheando este caderno, atento as suas entrelinhas, nos deparamos com o débito vergonhoso do Brasil e em especial das autoridades constituídas pela falta de enfrentamento de uma política indigenista para salvaguardar o direito à vida e a defesa da dignidade humana dos povos autóctones deste país.
Neste dia 24 de setembro – mês da Bíblia – Com fidelidade ao Deus dos Pobres, a regra de ouro na continuação deste nobre trabalho junto dos nossos irmãos indígenas, brota da autoridade que emana da Palavra de Deus: “Não tenham medo (Mt.10,31a)”, “vi novo céu e nova terra (Ap. 21,1a)”.
Diante da ‘correlação de forças’ da conjuntura dominante, onde “os filhos das trevas são mais espertos que os filhos da luz”, toda problemática levantada neste relatório, recai em nossas mãos, questiona nosso compromisso cristão, nossa missão, nossa Igreja e nos convoca como parceiros(as) da solidariedade e da justiça para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10).