20/05/2013

Lembre seis ações de terrorismo de Estado praticado contra indígenas

Por Cristiano Navarro,

de São Paulo (SP)

 

Nos últimos 10 anos, o movimento indígena brasileiro tem experimentado uma constante e virulenta repressão por parte do governo federal. Sob as batutas de Marcio Thomás Bastos (1/01/2003 -16/03/2007), Tarso Genro (16/03/2007 – 10/02/2010), Luiz Paulo Barreto (10/02/2010 – 31/12/2010) e Eduardo Cardoso (01/01/2011 – até hoje) a falta de diálogo e o recrudescimento da Polícia Federal tem sido flagrantes. Confira aqui algumas das ações de terrorismo de Estado contra os povos indígenas cometidas durante este período:

 

 

No dia 15 de dezembro de 2005 acontece a reintegração de posse. Com um forte aparato, que contou com 150 homens, vários carros, cachorros, cavalaria e um helicóptero, a Polícia Federal, com apoio da Polícia Militar, realizou o despejo dos Kaiowá Guarani de sua terra Nhanderu Marangatu. No momento do despejo, na presença da Polícia Federal, as casas das famílias indígenas foram incendiadas pelos fazendeiros sem que as pessoas tivessem a chance de salvar seus pertences.

Em janeiro de 2006, a empresa Aracruz Celulose S/A mobilizou helicópteros, bombas, armas e 120 agentes da Polícia Federal do Comando de Operações Táticas (COT), vindos de Brasília, para destruir duas aldeias e expulsar 50 pessoas dos povos Tupiniquim e Guarani de sua terra tradicional, no município de Aracruz-ES, dezenas acabaram feridos. Leia aqui reportagem.

Em de junho de 2009, uma mulher e quatro homens do povo Tupinambá da aldeia da Serra do Padeiro, localizada no Recôncavo Baiano, passaram por sessões de tortura (choques, tapas, chutes, pisões, puxões de cabelo e outras agressões) por parte de agentes da Policia Federal. Casas, roupas e o plantio foram incendiados. Depois do ataque, intensificou-se o processo de criminalização que culminou com cinco lideranças presas. A situação ficou mais tensa depois que as terras integraram o relatório de demarcação publicado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) meses antes. Leia aqui reportagem.

 

Maio de 2010. Em ação de reintegração de posse, policiais militares e federais atacaram crianças, jovens e idosos de uma comunidade Terena em Miranda no Mato Grosso do Sul com cachorros, atirando balas de borracha e jogando bombas de efeito moral de forma covarde, enquanto negociava a sua saída. O delegado da PF, Alcídio de Souza Araújo, o mesmo que no último sábado, 18, confiscou equipamentos do jornalista Ruy Sposati sem nenhuma base legal, comandou a operação.

 

 

Seis meses após o assassinato e ocultação do cadáver do cacique Guarani Kaiowá Nísio Gomes por pistoleiros, em novembro de 2011, em Aral Moreira, Mato Grosso do Sul, a Polícia Federal passou a duvidar da morte do cacique e chegou a indiciar seu filho Valmir, principal testemunha no caso, por "denunciação caluniosa". A tese de que Nísio estava vivo no Paraguai e de que a denúncia não passava de uma mentira inventada pela comunidade pesou durante meses contra a comunidade. Depois de muita pressão da sociedade, o inquérito do concluído com o indiciamento de 23 pessoas entre elas políticos, fazendeiros e empresários. Leia aqui reportagem.

Em novembro de 2012, uma ação desastrosa da Polícia Federal contra a aldeia de Teles Pires, Mato Grosso, vitimou com quatro tiros (três nas pernas e um na cabeça) Adenilson Kirixi Munduruku e deixou outros seis indígenas feridos.

 

 

 

 


 


Fonte: Assessoria de Comunicação - Cimi
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