29/08/2012

Indígena Kaxarari é assassinado em Rondônia

O indígena João Oliveira da Silva Kaxarari foi assassinado na noite do último do último domingo, 26, no ramal da estrada Mendes Júnior, que dá acesso ao município de Lábrea, sul do Amazonas.

 

Segundo das lideranças indígenas Ari e Zezinho Kaxarari, João Oliveira já tinha comunicado que vinha sofrendo ameaças por parte dos invasores da Terra Indígena Kaxarari. Ainda ano passado, outro indígena, Mário Kaxarari, líder da aldeia Marmelinho, sofreu ataque e foi assassinado no ramal do Jacaré, na região de Extrema.

Os territórios indígenas ficam vulneráveis às investidas dos invasores e os conflitos decorrentes da luta pela terra se agravam. Uma vez mais invasões nos territórios indígenas provocam conflitos e assassinatos. Madeireiros, fazendeiros e grileiros de toda sorte adentram ilegalmente os territórios para retirar madeira e outros recursos naturais. Ao defenderem suas terras, o que o governo federal não faz, os indígenas ficam expostos às violências.

O povo Kaxarari vive no município de Lábrea, estado do Amazonas, e em Extrema, Rondônia. Encontram-se distribuídos em várias aldeias e somam uma população de aproximadamente 400 indivíduos. A Terra Indígena Kaxarari possui uma extensão de 143.441 hectares.

 

A demarcação do território ocorreu em 1987, quando foi excluída uma parte importante do território tradicional. No ano passado e depois de anos luta, o povo Kaxarari conseguiu, em processo movido pelo Ministério Publico Federal, a correção dos limites e recuperação do território tradicional Kaxarari.

 

Esta conquista vem sendo motivo de constantes ameaças, que pesam sobre o povo. Nos últimos meses, os Kaxarari sofrem violentas investidas por partes de grupos contrários a tal medida judicial. Nas aldeias vive-se um clima de medo e insegurança.

Até quando os povos indígenas continuarão sendo vítimas da violência? Até quando vai perdurar a impunidade? Nossa solidariedade ao povo Kaxarari neste momento de dor e perda. Mais sangue indígena será derramado na terra que por direito pertence a esses povos. Enquanto os direitos não forem respeitados, a luta continua.

Fonte: Cimi Regional Rondônia
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