CIMI apóia a luta dos indígenas de Roraima
Vinte e um indígenas assassinados em 30 anos de luta pela demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol. Nenhum dos criminosos ou mandantes foi condenado por esses crimes. A impunidade tem sido o maior incentivo para que latifundiários, grileiros e aventureiros de toda sorte espalhem terror contra ribeirinhos, trabalhadores rurais e indígenas na Amazônia.
Os crimes cometidos contra os indígenas da terra Raposa Serra do Sol, vão além dos homicídios: foram 54 ameaças de morte, 51 tentativas de homicídios, 80 casas destruídas, 71 prisões ilegais, 05 roças e um Centro de Formação queimados e pelo menos 05 casos de cárcere privado, conforme levantamento feito pelo CIR.
Desde que iniciaram a luta pela demarcação da terra, em 1977, os indígenas de Roraima foram perseguidos e agredidos de todas as formas por fazendeiros, garimpeiros e posseiros, apoiados pela classe empresarial, políticos e militares do Estado, além de sofrerem ostensiva perseguição por parte dos meios de comunicação. A resistência pacífica e o apoio de amplos setores da sociedade pelo Brasil afora finalmente sobrepujou a violência e a homologação da terra aconteceu em 2005.
Daquele ano até 2008, inúmeros foram os episódios de violência, desta vez praticados por rizicultores que se instalaram no interior do território indígena incentivado pelo governo do estado.
Com a regularização da terra, após julgamento no Supremo Tribunal Federal – STF, que reconheceu a legalidade do decreto homologatório, a perseguição aos indígenas continua em outras regiões de Roraima.
A exemplar punição dos mandantes e assassinos de todos os indígenas assassinados, especialmente no caso de Aldo Mota, bem como a regularização de todas as terras, será, com certeza, um primeiro e significativo passo para que Roraima comece a viver momentos de convivência respeitosa entre indígenas e não indígenas.
Manaus (AM), 16 de maio de 2012.
Conselho Indigenista Missionário – CIMI
Regional Norte I – AM/RR