29/11/2011

Nota aos trabalhadores em greve nos canteiros da UHE Belo Monte

Quando indígenas, pescadores, ribeirinhos, populações das zonas rurais e urbanas ocuparam os canteiros da usina de Belo Monte no final do mês passado, em outubro/2011, reafirmaram que não aceitam a construção desta hidrelétrica, projeto que há décadas denunciam como violador do rio, da floresta e da vida.

 

Caso construída, a UHE Belo Monte represará e secará 100 Km de um dos rios mais importantes do planeta, tudo isso para atender a ganância de indústrias e mineradoras que já destruíram mais de 1/3 de todos os recursos naturais da Terra, causando catástrofes ambientais e sociais devastadoras. Mesmo assim o governo brasileiro e a Norte Energia (NESA) seguem com o plano de construir Belo Monte.

 

Agora são os trabalhadores da construção civil que novamente escancaram o belo monte de problemas que esta usina está provocando. Motivados por baixos salários, desvio de função, quebra de acordos, maus tratos e até mesmo fornecimento de água contaminada e comida estragada, conforme denunciaram, os operários entraram em greve e fecharam a Transamazônica para chamar atenção à sua situação.

 

É uma clara demonstração que a Norte Energia começou a oprimir e maltratar os trabalhadores já no início da obra. Surpresa? Não! Jirau está ai para nos dar o exemplo. A vida das pessoas não vale nada para quem, como vampiros do capital, vivem sugando a energia dos rios e dos seres humanos e não humanos, aumentando a riqueza concentrada nas mãos de 1% da população mundial.

 

As empreiteiras que hoje lesam os trabalhadores são as mesmas que financiaram 40% da campanha da presidente Dilma Rousseff. O governo, solidário ao grande capital, agora paga a conta com dinheiro público, arrecadado pelos impostos pagos pela classe trabalhadora.

 

O Comitê Xingu Vivo, ao contrário do governo, solidariza-se com os trabalhadores em greve nos canteiros da usina de Belo Monte, afirmando que os R$30 bilhões que serão entregues para as empreiteiras deveriam ser utilizados para a construção de casas populares, postos de saúde, escolas, saneamento básico e outras obras que gerariam emprego para a construção civil, melhorando a vida das famílias destes e de outros trabalhadores.

 

 

TODO O APOIO AOS TRABALHADORES DA CONTRUÇÃO CIVIL!

XINGU VIVO, AMAZÔNIA LIVRE!

 

Belém, 28 de novembro de 2011

 

Assinam esta nota:

 

– Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (APACC)

– Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG)

– Associação Indígena Tembé de Santa Maria do Pará (AITESAMPA)

– Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (AEBA)

– Associação dos Concursados do Pará (ASCONPA)

– Associação Sindical Unidos Pra Lutar

– Comissão Pastora da Terra (CPT/PA)

– Conselho Indigenista Missionário Regional Norte II (CIMI)

– Comitê Dorothy

– Companhia Papo Show

– Coletivo de Juventude Romper o Dia

– Central Sindical e Popular CONLUTAS

– Diretório Central dos Estudantes/UFPA

– Diretório Central dos Estudantes/UNAMA

– Diretório Central dos Estudantes/UEPA

– Federação de Órgãos para Assistência social e educacional (FASE – Amazônia)

– Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense (FMAP)

– Fundação Tocaia (FunTocaia)

– Fórum da Amazônia Oriental (FAOR)

– Fórum Social Pan-amazônico (FSPA)

– Fundo Dema/FASE

– Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB)

– Instituto Amazônia Solidária e Sustentável (IAMAS)

– Instituto Universidade Popular (UNIPOP)

– Instituto Amazônico de Planejamento, Gestão Urbana e Ambiental (IAGUA)

– Justiça Global

– Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade do Estado do Pará (MMCC-PA)

– Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

– Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

– Movimento Luta de Classes (MLC)

– Movimento Estudantil Vamos à Luta

– Mana-Maní Círculo Aberto de Comunicação, Educação e Cultura

– Movimento Hip-Hop da Floresta (MHF/NRP)

– Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)

– Partido Comunista Brasileiro (PCB)

– Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU)

– Partido Comunista Revolucionário (PCR)

– Rede de Educação Cidadã (RECID)

– Rede de Juventude e Meio Ambiente (REJUMA)

– Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH)

– Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Pará (SINTSEP/PA)

– Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN)

– Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Gestão Ambiental do Estado do Pará (SINDIAMBIENTAL)

– Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Belém e Ananindeua

– Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (SINTRAM)

– Vegetarianos em Movimento (VEM)

– APA-TO – Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins

– ABO – Associação Brasileira dos Ogãs

– AOMT BAM – Associação das Organizações das Mulheres Trabalhadoras do Baixo Amazonas

– AART -AP – Associação de Artesãos do Estado do Amapá

– ACANH – Associação de Comunicação Alternativa Novo Horizonte

– ADCP – Associação de Divisão Comunitária e Popular

– AGLTS – Associação de gays, lésbicas e transgêneros de Santana

– AHPRIM – Associação de Hortifrutigranjeiros Pescadores e Ribeirinhos de Marabá

– AMQCSTA – Associação de Moradores Quilombolas da Comunidade de São Tomé do Aporema

– AMAP – Associação de Mulheres do Abacate da Pedreira

– AMVQC – Associação de Mulheres Mãe Venina do Quilombo do Curiaú

– APREMA – Associação de Proteção ao Riacho Estrela e Meio Ambiente

– AMOB – Associação dos Moradores do Bengui

– AEM – Associação Educacional Mariá

– ASSEMA – Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão

– ACUMNAGRA – Associação Sóciocultural de Umbanda e Mina Nagô

– Encanto – Casa Oito de Março – Organização Feminista do Tocantins

– CCN – CENTRO DE CULTURA NEGRA DO MARANHÃO

– CEDENPA – Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará

– CENTRO TIPITI – Centro de Treinamento e Tecnologia Alternativa Tipiti

– CPCVN – Centro Pedagógico e Cultural da Vila Nova

– CPDC – CENTRO POPULAR PELO DIREITO A CIDADE.

– CJ-PA – Coletivo Jovem de meio Ambiente do Pará

– COMSAÚDE – Comunidade de saúde, desenvolvimento e educação

– CONAM – Confederação Nacional das Associações de Moradores

– COMTRABB – Cooperativa de Mulheres Trabalhadoras da Bacia do Bacanga

– COOPTER – Cooperativa de Trabalho, Assistência Técnica, Prestação de Serviço e Extensão Rural

– FAMCOS – Federação das Associações de Moradores e Organizações Comunitárias de Santarém

– FECAP – Federação das Entidades Comunitárias do Estado do Amapá

– FECARUMINA – Federação de Cultos Afroreligiosos de Umbanda e Mina Nagô

– FÓRUM CARAJÁS

– Fórum dos Lagos – Fórum de Participação Popular em Defesa dos Lagos Bolonha e Água Preta e da APA/Belém

– FMS BR163 – Fórum dos Movimentos Sociais da Br 163 PA

– GHATA – Grupo das Homossexuais Thildes do Amapá

– ISAHC – Instituto de Desenvolvimento Social e Apoio aos Direitos Humanos Caratateua

– IMENA – Instituto de Mulheres Negras do Amapá

– Instituto Humanitas

– EcoVida – INSTITUTO ECOVIDA

– ITV – Instituto Trabalho Vivo

– SNDdeN – IRMÃS DE NOTRE DAME DE NAMUR

– Só Direitos

– MMM – AP – Marcha Mundial das Mulheres

– MSTU – MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM TETO URBANO

– MMIB – MOVIMENTO DE MULHERES DAS ILHAS DE BELÉM

– MOEMA – MOVIMENTO DE MULHERES EMPREENDEDORAS DA AMAZONIA

– MOPROM – MOVIMENTO DE PROMOÇÃO DA MULHER

– MRE – MOVIMENTO REPÚBLICA DE EMAÚS

– Mulheres de Axé – Mulheres de Axé

– SINDOMESTICA – Sindicato das Empregadas Domésticas do Estado do Amapá

– STTR/STM – Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém

– STTR MA – Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais

– UFCG – União Folclórica de Campina Grande

– UMAMLAJ – União Municipal das Associações de Moradores de Laranjal do Jarí

 

Fonte: Xingu Vivo para sempre - Comitê Metropoliano
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