03/11/2011

Neste momento, Polícia Militar cerca indígenas e apoiadores no Santuário dos Pajés

O clima é de tensão neste momento no Santuário dos Pajés, em Brasília. Um contingente policial está na área, onde tenta intimidar os indígenas e seus apoiadores na luta contra a devastação ambiental de uma área de 50 hectares de ocupação tradicional indígena.

Relatos dão conta de que o contingente formou um circulo em volta do grupo, que aos poucos vai sendo acuado. Os policiais estão armados. Com a tensão eminente e o desrespeito aos direitos humanos, fica cada vez mais intenso o risco de um enfrentamento.

Mais cedo

Hoje pela manhã (3), a construtora Emplavi voltou a invadir os 50 hectares de ocupação tradicional do Santuário dos Pajés, no setor Noroeste, em Brasília (DF).

Máquinas invadiram uma área do Santuário justamente no local onde o laudo antropológico encomendado pela Funai – depois de determinação judicial – aponta sítios arqueológicos indígenas. Sítios que são provas da ocupação tradicional pela comunidade indígena.

Os indígenas e os apoiadores resistiram à invasão, tentando parar a derrubada da área. Em resposta, a polícia agiu com bastante truculência, tomando 16 pessoas presas, todos não-indígenas. As apreensões, porém, não pararam a resistência, que continua no Santuário.

“A invasão pela empresa é ilegal, na nossa visão, considerando as ações jurídicas em curso. Eles estão desmatando e derrubando uma parte da área indígena, destruindo provas que atestam a tradicionalidade da área”, afirma Cléber Buzatto, secretário adjunto do Cimi, que acompanha as ações.

 

De acordo com o secretário, a ação da polícia foi bastante truculenta, pois os apoiadores estavam tentando impedir de forma pacífica a derruba das árvores. “Não houve nenhum tipo de enfrentamento ou confronto por parte deles. A polícia chegou a agredir inclusive jovens já apreendidos. Houve ainda o absurdo de duas pessoas receberem voz de prisão somente por tirarem fotos das máquinas que estão desmatando a área”, declarou.

Os indígenas e os apoiadores continuam fazendo resistência pacífica para impedir a derruba das árvores, se colocando, abraçados, na frente das máquinas.

Há aproximadamente cem indígenas e apoiadores fazendo a resistência, cercado por um aparato repressivo de cerca de duzentos policias. Existe a possibilidade de escalação do conflito.

 

Fonte: Cimi
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