04/10/2011
Acolhida da XIX Assembleia Geral do Cimi
“Bem, Bem Viver, vem viver, conviver, envolver” foi a chamada da canção que iniciou a acolhida dos participantes da XIX Assembleia Geral do Cimi, nesta segunda-feira (4).
A escolha da canção se explica pelo tema que permeia as atividades da assembleia: “A mãe Terra clama pelo Bem Viver”. A construção do Bem Viver é uma contraproposta em construção à ideologia hegemônica do capitalismo neoliberal, baseada na sabedoria dos povos indígenas da America Latina.
A assembleia reúne cerca de 150 missionários e demais integrantes do Cimi, além de representantes indígenas, bispos, assessores e aliados numa semana de celebrações, meditações, palestras, reflexões e eleições.
O ato simbólico da abertura da assembleia foi o plantar de mudas de pingo de ouro numa figura de arco e flecha. O arco e flecha, além de símbolo da causa e resistência indígena, também simboliza a luta constante de todos os presentes, bem como a projeção para o futuro das conquistas, explicou Jussara Rezende, da coordenação do encontro: “O Bem-Viver também tem que ser conquistado”, disse.
Uma muda de jambo, plantada por alguns dos mais antigos membros do Cimi, simboliza a esperança da renovação e continuidade da entidade na caminhada a serviço dos povos indígenas, com a contínua entrada de novos e jovens membros.
Eden Magalhães, secretário do Cimi, passou as saudações dos que não puderam estar presentes e, citando a carta de padre Nello Ruffaldi, lembrou, mais uma vez, o tema da semana.
“A terra clama porque a sociedade a impede de trabalhar e realizar o Bem Viver para todos os seus filhos que dela fazem parte. Os povos indígenas, numa sociedade globalizada, que ameaça as culturas milenares, são chamados, hoje, a escolher conscientemente o Bem Viver, herança dos antepassados e caminho de vida que o Evangelho aponta”, disse padre Nello na carta.
A sociedade e a igreja, lembrou padre Nello, são chamadas para fazer da Terra “a Casa Grande acolhedora e oferecedora do Bem Viver para todos os povos”.