28/09/2011

Indígena da comunidade de Y’poi é barbaramente assassinado no MS

Teodoro Ricardi, 25 anos, foi atacado e espancado até a morte nesta terça-feira (27), às 19 horas, ao retornar da cidade de Paranhos, Mato Grosso do Sul (MS), para a comunidade de Y’poi.

 

Conforme levantamento do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), dos 38 assassinatos de indígenas ocorridos durante este ano, 27 foram no MS. Ou seja, 71%. Em 2010, 53% dos assassinatos de indígenas ocorreram no Estado.

 

Encontrado pelos familiares, Teodoro foi levado para sua casa no acampamento Y’poi, onde mora com sua esposa e cinco filhos, e faleceu horas depois em decorrência dos ferimentos.

 

Os familiares afirmam que chegaram a tempo de ver os agressores e os reconheceram nos pistoleiros que diariamente fazem cerco a comunidade – da então chamada fazenda São Luiz em Paranhos.

 

Y’poi: tortura, desaparecimento e assassinatos

 

Teodoro Ricardi era primo de Genilvado Vera e Rolindo Vera, professores assassinados em agosto de 2009. O corpo de Genilvado foi encontrado 10 dias depois no riacho Y’poi, com marcas da tortura que sofreu antes ser morto. Já o corpo do professor Rolindo Vera até hoje não foi encontrado.

 

Os familiares de Genivaldo e Rolindo Vera retornaram em agosto de 2010 para seu Tekoha Y’poi. Motivados, principalmente, pela busca do corpo de Rolindo.

 

Segundo o próprio fazendeiro, em depoimento a Justiça, os Guaranis Nhandeva de Y’poi foram expulso há mais de 28 anos de seu Tekoha quando estes “trabalhavam” para o seu pai. Prova de que a ocupação é tradicional.

 

Em novembro de 2010, a Justiça permitiu a permanência da comunidade em seu Tekoha até que a Fundação Nacional do Índio (Funai) conclua os estudos de identificação das terras Kaiowá Guarani, previsto no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) acordado com o Ministério Público Federal (MPF).

 

No entanto, a comunidade é obrigada a conviver diariamente com pistoleiros que a cercam e com o isolamento já que somente a Funai e a Secretaria de Saúde Especial Indígena (Sesai) podem entrar na área, o que, às vezes, é sujeita a vontade do fazendeiro.

 

 

 

 

Fonte: Cimi Regional Mato Grosso do Sul (MS)
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