Conselho de Articulação do Povo Guarani cobra respostas da Funai
O Conselho de Articulação do Povo Guarani (CAPG), juntamente com as lideranças das áreas da Estiva, Cantagalo, Lami, Lomba do Pinheiro, Petim, Passo Grande, Arroio do Conde e Arroio Divisa, esteve reunido no dia 26 de julho na CEPI (Conselho Estadual dos Povos Indígenas) para discutir os problemas que as comunidades enfrentam, bem como para reivindicar que a Funai cumpra com sua obrigação e demarque e assegure para o povo Mbyá-Guarani as nossas terras.
Estamos bastante preocupados com a demora nos estudos de identificação e delimitações das terras de Itapuã, Ponta da Formiga e Morro do Coco; estamos preocupados com a demora na conclusão do GT (Grupo de Trabalho da Funai) do Petim, Passo Grande e Arroio Divisa. Queremos que a Funai nos informe corretamente como estão sendo feitos estes estudos e porque tanta demora.
Estamos preocupados com as duplicações das BRs 116 e 290. Comunidades e acampamentos serão atingidos por este empreendimento e os acordos feitos com o DNIT até hoje não foram cumpridos. Também sobre essas questões nossas comunidades não receberam nenhuma informação da Funai.
A terra do Cantagalo, embora homologada pelo presidente da República, continua ocupada por colonos. Exigimos providências imediatas por parte da Funai para que indenize as famílias e assegure a terra para os Guarani.
A terra de Irapuã, apesar de reconhecida através de estudos da Funai, não foi demarcada e nossas famílias permanecem na beira da estrada. O mesmo acontece com a comunidade do Arenal, em Santa Maria. Reivindicamos que a Funai tome providências imediatas para resolver estes problemas.
As comunidades do Lami, Capivari, Estiva e Lomba do Pinheiro apresentaram para a Funai reivindicação pela criação do GT destas áreas. Faz muitos anos que aguardamos pelo referido GT e a Funai nada faz. Exigimos providências imediatas porque a situação destas comunidades é muito grave, especialmente do Lami e Capivari porque nossas famílias estão acampadas na beira da estrada e em condições precárias, sem moradia, sem espaço para plantar, sem água e sem assistência.
Diante de tudo isso, exigimos que o governo federal, através de seus órgãos de assistência, cumpra com suas responsabilidades demarcando nossas terras, assegurando para as nossas comunidades a posse e usufruto exclusivo.
Porto Alegre, RS, 26 de julho de 2011.
Conselho de Articulação do Povo Guarani do Rio Grande do Sul