21/07/2011

Atuação

Dimensões da atuação do Cimi 

TERRA – a ação prioritária do Cimi constitui-se no apoio à luta dos povos e comunidades indígenas pela recuperação, demarcação e garantia da integralidade de seus territórios. A terra é condição de vida e de realização plena da cultura de cada povo indígena. Nesta perspectiva, o Cimi assume como bandeira de luta a proteção dos territórios de todos os povos indígenas, inclusive daqueles que  permanecem sem contato com a sociedade brasileira.

MOVIMENTO INDÍGENA – Ao longo destes quinhentos anos os povos indígenas foram encontrando maneiras criativas e diversas de resistir à opressão e às tentativas de extermínio. Nas últimas três décadas surgem de maneira articulada inúmeras formas de organizações, articulações, mobilizações que constituem hoje o Movimento Indígena. Este movimento é instrumento de luta na defesa dos direitos indígenas, é espaço para a construção de propostas comuns e para a consolidação das alianças.  O Cimi atua como parceiro nas lutas do movimento indígena, informando, discutindo possibilidades e caminhos e apoiando as suas iniciativas.

ALIANÇAS – O compromisso na defesa da vida e dos direitos indígenas implica em um projeto de transformação ampla da sociedade brasileira. É fundamental consolidar alianças na perspectiva de construção de uma nova ordem social, baseada na solidariedade, no respeito à dignidade humana e à diversidade étnica e cultural. O Cimi visa ,a partir de sua atuação, estabelecer alianças com setores da sociedade civil, organizações latino-americanas, grupos e entidades de solidariedade e cooperação internacional no sentido de assegurar aos povos indígenas as condições  para a conquista de sua autonomia.

FORMAÇÃO A SERVIÇO DA AUTONOMIA DOS POVOS INDÍGENAS – a formação é compreendida pelo Cimi como um processo integral, construído coletivamente e fundamentado na prática social. Assim, a formação acontece na própria atuação, na reflexão permanente sobre os desafios, perspectivas e caminhos, a partir da experiência de cada comunidade, povo e organização indígena. A formação é instrumento indispensável a serviço das lutas atuais dos povos indígenas e imprescindível para a atuação missionária, por isso é uma prioridade no Cimi deste a sua origem.

EDUCAÇÃO, SAÚDE E AUTO-SUSTENTAÇÃO –  A atuação do Cimi nestas três dimensões tem como base o reconhecimento e a valorização das formas próprias de cada povo conceber e construir sua vida. Neste sentido, é necessário conhecer, compreender em profundidade e respeitar radicalmente as diferentes cosmovisões, construindo com os Povos Indígenas, e a partir de seus próprios sistemas, ações diferenciadas de atendimento à saúde, escolas específicas e propostas auto-sustentáveis. A atuação do Cimi tanto nas aldeias quanto nas esferas do poder público assume esta perspectiva como condição para a concretização dos projetos de futuro de cada povo indígena.

DIÁLOGO INTERCULTURAL E INTER-RELIGIOSO – O Cimi orienta a sua ação na perspectiva de estabelecer um diálogo mutuamente respeitoso, baseado na igualdade entre as pessoas e as culturas. O diálogo inter-religioso pressupõe o respeito profundo pelas diversas concepções do sagrado, da origem e sentido da vida humana e a valorização das formas múltiplas de ritualizar a fé e alimentar as próprias crenças. A dimensão religiosa está presente em todos os aspectos da vida dos povos indígenas, em seus modos de ser, de pensar, de viver e de interagir. Ela é força motora dos seu projetos de vida, alternativos ao projeto neoliberal.

ÍNDIOS NA CIDADE – As intensas e constantes pressões sobre os territórios e culturas indígenas resultam em migrações constantes de povos inteiros ou de famílias indígenas. Nesta busca por melhores condições de vida muitos índios tem se deslocado para os centros urbanos. Esta situação se coloca como um novo desafio para a atuação do Cimi. É necessário conhecer melhor esta realidade, os motivos que empurram algumas famílias indígenas para fora de suas áreas tradicionais e iniciar um diálogo sistemático com eles, na perspectiva de garantir os seus direitos e articular suas lutas à questão indígena mais ampla.

 

 

 

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