A missão na história da América Latina
Primeira evangelização e desafios de uma nova evangelização
Seminário Missionário Salesiano 2: Palestra de Juan Botasso, Quito
Um tema tão amplo como o que me foi pedido desenvolver, em um tempo tão limitado, não pode ser tratado a não ser de modo muito esquemático e com uma linguagem essencial.
Os Começos
A evangelização da América começou com um grande entusiasmo. Não tanto pela impressão causada pela perda da metade dos países europeus por causa da Reforma Protestante, que ainda não havia começado, mas pelo convencimento de que a América oferecia uma oportunidade única e inesperada para dar origem a um tipo de igreja mais próxima do modelo dos tempos apostólicos. Para as pessoas de espírito mais elevado, a igreja européia tinha chegado a um ponto tal de corrupção que chegava a ser quase irreformável, a começar pela cabeça. São os anos em que a corte papal de Alexandre VI estava completamente mundana. Quando Lutero visitou Roma, no tempo de Leão X, ficou escandalizado.
Os ideais de Joaquim de Fiore, difundidos principalmente entre os Franciscanos, e a Utopia e Tomas Moro, divulgada em muitos ambientes, faziam sonhar com a construção de comunidades formadas por pessoas simples, livres de ambições e desapegadas das riquezas, como pareciam ser os índios recém conhecidos. Provavelmente houve uma boa dose de ingenuidade nestes sonhos, mas isto não tira que semelhante visão tenha contagiado o fervor missionário dos frades mendicantes, tornando-os criativos, entusiastas e incapazes de medir as fadigas e os riscos.
Em contato com a realidade foi esfriando um pouco os ardores iniciais. Porém, o que lhes deu o golpe final foi a queda demográfica. Os trabalhos excessivos, os duríssimos castigos impostos aos rebeldes e, de modo especial as enfermidades, dizimaram a povoação indígena, chegando ao seu quase desaparecimento em algumas regiões. Foi quando a relação com os negros se encaminhou para assumir dimensões industriais.
O pessimismo começou então a se expandir entre os missionários. A este fato de importância fundamental devemos acrescentar outros, cujo peso não foi indiferente.
Paralisação e Decadência
A “ordem” colonial foi se firmando quando se tornaram “normais” as relações entre conquistadores e conquistados, sendo que antes os missionários denunciavam-nas como abusivas e injustas. Além do mais, muitos membros da hierarquia eclesiástica começaram a ser os nativos, filhos daqueles que administravam a justiça e mantinham a situação estabelecida. É compreensível que tenha baixado o tom das denúncias.
Paulatinamente os párocos substituíam os missionários. Os cristãos batizados agora deviam ir à igreja para os diferentes serviços religiosos. Mais do que evangelização começou-se a falar de “doutrina”, entendida como catecismo. A atenção pastoral foi se tornando cada vez mais sacramentalização. Os povoados e as cidades cresceram e o número de mestiços também. Insensível, porém de forma contínua, a atenção se voltou para eles. Os indígenas _ refiro-me à parte hispânica do continente e particularmente do mundo andino _ tornaram-se cada vez mais marginalizados em relação ao trabalho pastoral. Serão atendidos com a administração dos sacramentos, que era regularmente retribuída, e com a celebração das festas. Os indígenas – falando sempre do mundo andino, porque o amazônico e patagônico foram outra coisa _ converteram-se em sustento econômico do clero, tanto diocesano como religioso. Em muitos países as comunidades e as dioceses chegaram a possuir enormes extensões de terras, onde os indígenas trabalhavam em condições de semi-escravidão. No Brasil tratou-se de escravidão autêntica, porém, tendo os negros como vítimas. Neste enorme país os indígenas que habitavam as regiões da costa foram dizimados muito cedo e os do interior se salvaram, em parte, devido à impenetrabilidade da floresta. No final do século XIX, seringueiros e garimpeiros se encarregarão de ir procurar os indígenas em seus refúgios. Voltemos, porém, ao período colonial. A catequese foi confiada aos leigos, pouco preparados e pouco motivados, reduzindo-se, com freqüência, a poucas fórmulas e orações. Utilizou-se largamente do recurso pedagógico das encenações, um meio eficaz, porém, muito exposto ao perigo da superficialidade.
No período dos Borbons, o entusiasmo missionário diminuiu. Já antes de serem expulsos, os Jesuítas já tinham percebido a diminuição de seus missionários. A situação, depois, se precipitou e quase chegou a ser desesperadora nas primeiras décadas da era republicana.
Renascimento da Igreja Latino Americana
A reconstrução da Igreja Latino Americana, por parte do Papa Pio IX, trouxe ao continente uma grande quantidade de congregações masculinas e femininas. Nesta época, no continente foram criados numerosos Vicariatos Apostólicos, uma instituição até aquele momento totalmente desconhecida na América. No Brasil não se fala de Vicariatos e sim de Prelazias. Renova-se, então, o trabalho com os indígenas. Começam as “desobrigas” e, pouco a pouco, se privilegia o sistema dos internatos. As vantagens deste enfoque e, sobretudo as críticas, são mais do que conhecidas.
Nesse ínterim, os diferentes países foram consolidando as suas instituições políticas, favoreceram o triunfo das idéias liberais enquanto se generaliza o entusiasmo pelo progresso e pela modernização. A povoação vai se incrementando e a afluência de migrantes europeus atinge seu ápice. Tudo isso traz consigo um esforço para ampliar as fronteiras agrícolas e extrativistas. A Argentina empreende a “conquista do deserto”, tirando o território dos Mapuches e entregando-o aos fazendeiros. O Chile inicia a “guerra da fronteira” para ampliar suas terras agrícolas, às custas dos Araucanos.
Também no campo leigo existia uma grande efervescência. As tendências que apareceram foram fundamentalmente duas. Alguns são da opinião que os índios são uma relíquia inútil de um passado primitivo e que se constituem em uma barreira para o progresso. Deveriam desaparecer.
Outros, como o Marechal Cândido da Silva Rondon, tem uma visão mais humanista e iluminada. Para ele se trata de seres humanos em sentido pleno, que, de alguma forma, sofreram uma paralisação, ficando atrasados em seu processo evolutivo. É um dever dos “civilizados” ajudá-los a sair desse impasse, para poder inserir-se, em plenitude, na sociedade. Muitos desses intelectuais são maçons e olham com enorme desconfiança o trabalho dos missionários católicos, partindo do pressuposto de que a religião é um fator de obscurantismo e um motivo de atraso. Esta desconfiança perdura até nossos dias, assumindo o aspecto de conflito entre antropólogos e missionários. Para alguns ambos enfoques continuam sendo considerados como simplesmente incompatíveis.
Apesar disto, em muitos países os governos delegaram à Igreja amplos setores da atividade com os indígenas, especialmente na área da educação e da saúde. Há países, como a Colômbia onde a Igreja teve, neste campo, uma espécie de monopólio, até em épocas recentes.
O século XX
Nas primeiras décadas do século XX a visão de toda a problemática começa a sofrer profundas mudanças, o que mudou todo o cenário mundial. As colônias da Ásia e da África começaram a vislumbrar a possibilidade da independência política e nascem vários movimentos para esse fim. A Europa está mergulhada em duas guerras extremamente cruentas e perde sua hegemonia no mundo. A antropologia conhece um verdadeiro florescimento (trata-se do cultural e não só da física). Surgem, sobretudo no México, correntes indigenistas que, paulatinamente, se estendem a todo o continente. São movimentos que olham com simpatia para as massas menosprezadas. O socialismo vê nos povos autóctones um exemplo claro de exploração por parte do capitalismo e convida-os a unir-se na luta dos proletários, para derrotar o opressor.
A Igreja Católica demora bastante para abrir-se a esta nova visão da realidade. A sua atitude segue fundamentalmente sendo paternalista. Os missionários continuam falando de “nossos índios” e os tratam como menores de idade, necessitados de proteção e de tutela e destinatários de doações.
Neste contexto, torna-se profético o passo que se deu no Equador em 1974, com a organização da Federação das Culturas Shuar, por parte do Salesiano Slovaco João Shutka.
Pela primeira vez se convida o povo a se organizar politicamente para assumir o seu próprio destino como cidadãos adultos, sem necessidade de intermediários.
A repercussão que teve este fato foi enorme e ultrapassou as fronteiras do país. A Federação foi considerada como um modelo em muitas partes do continente, especialmente nos países de língua espanhola.
Em âmbito propriamente eclesiástico foi decisivo o encontro de Melgar, na Colômbia, em 1968. Ali estiveram presentes dois antropólogos, José de Recasens e Miguel Reichel Dolmatof cujas vozes foram muito ouvidas. A atitude missionária começou a ser vista numa perspectiva totalmente nova. É uma pena que a mensagem de Melgar não tenha sido acolhida em Medellín, que se celebrou poucos meses depois.
O encontro de doze antropólogos em Barbados, em 1971, dirigiu críticas duríssimas ao trabalho dos missionários católicos na América Latina. Algumas destas críticas não foram totalmente objetivas e deram motivo para polêmicas intermináveis. Começou naqueles anos uma das crises mais sérias no interior das missões católicas. As conseqüências apareceram logo: abandonos, discussões amargas, diminuição das vocações. De todo modo, não se pode negar, os frutos deste amplo debate acabaram sendo positivos.
Seria muito longo enumerar todos os demais fatores que contribuíram para a mudança: os estudos lingüísticos, a implementação da educação bilíngüe, o desenvolvimento da reflexão sobre a interculturalidade.
No campo católico não foi indiferente a contribuição da reforma litúrgica e as novas reflexões sobre a teologia da missão. A teologia da libertação enriqueceu o debate, ainda que tenha introduzido elementos com uma certa ambigüidade.
Entretanto os indígenas começavam a caminhar por conta própria. Do “indigenismo” passou-se às organizações indígenas, que em alguns países deram um passo inevitável: lançar-se no campo político e transformar-se
Desafios e Perspectivas
Em poucas décadas o cenário mudou completamente. O problema é que agora está em contínuo movimento. Quando se pensa de ter encontrado a resposta para uma pergunta, a situação já é totalmente outra e pede um diferente tipo de intervenção. Em muitos casos, as pessoas chamadas a enfrentar os desafios, continuam sendo as mesmas há décadas. Porém, é quase impossível manter uma elasticidade mental capaz de adaptar-se continuamente aos novos desafios. O problema agrava-se se levarmos em conta que a mudança do pessoal é sempre mais lenta e insuficiente. Os jovens dispostos a dedicar-se a educar à vida neste campo pastoral são cada vez menos.
Além disso, pode vir a tentação do desânimo, tanto mais que aumenta a impressão de que a globalização acabará nivelando as diferenças culturais e colocará em sério risco a sobrevivência dos povos numericamente reduzidos. Esta hipótese faz temer que a energias para defender a identidade cultural de grupos sem futuro resulte num esforço inútil. Não é uma dificuldade que se possa minimizar, porque não se trata de uma simples possibilidade e sim de algo que já se pode apalpar no dia-a-dia.
Porém, não podemos subestimar este fato. São inúmeras as áreas de nossas possíveis atividades em que as dúvidas são mais numerosas e consistentes do que as próprias certezas. Se isto nos paralisar acabaríamos em uma inércia total. É necessária uma mínima capacidade de correr riscos, para aventurar-nos em territórios inexplorados. Vale lembrar uma afirmação do P. Cocco, missionário salesiano dos Yanomami, à jornalista que lhe perguntou se não parecia ter perdido tempo ao passar tantos anos sem batizar um só indígena? Respondeu: “Senhorita, quem ama nunca perde tempo”!
Sugestões
Não existem fórmulas para enfrentar o futuro com garantia de êxito. Somente podemos dar algumas sugestões:
1. Há que se deixar de considerar os indígenas como menores de idade e, melhor ainda, animá-los a caminhar com suas próprias pernas, mesmo com o risco de que iniciativas que funcionavam eficientemente entrem em crise.
2. Muitas organizações indígenas nasceram por iniciativa e impulso de homens da igreja. Porém, com o tempo se distanciaram de suas origens e, aos poucos, tornaram-se críticas e até hostis. Não se deve admirar: é uma coisa normal no processo de crescimento e amadurecimento. O manejo da autonomia não é fácil e, às vezes, por falta de experiência se cometem erros muito sérios. Quando as organizações tornam-se críticas para com a Igreja, a tentação é aproveitar de suas fraquezas para as “jogar na cara”, como querendo dizer que, porque nos deixaram de lado, agora deverão enfrentar o fracasso. De nossa parte essa atitude de desprezo não seria madura e não nasceria de um verdadeiro amor.
3. Durante muito tempo nos acostumamos à direção e muitas vezes tomamos a palavra em seu nome, com o pretexto de querer ser “a voz dos que não tem voz”. Esse tempo já passou. Eles agora não querem nem padrinhos, nem porta-vozes, nem intermediários. Querem falar no seu próprio nome e tem todo o direito de fazê-lo. Podemos acompanhá-los se eles nos pedem, porém com muita discrição e preparados para ficar de lado quando a situação o requerer.
4. Muitas vezes a nossa imprensa tem sido pouco respeitosa para com eles. A imprensa missionária, já se sabe tem duas finalidades principais: solicitar ajudas econômicas e promover as vocações. No primeiro caso, às vezes, apresenta os indígenas como gente miserável, necessitados de tudo, símbolo da pobreza. No segundo descreve o missionário como herói que arrisca a sua vida em meio a povos perigosos e personagens nada confiáveis, como os bruxos. A realidade costuma ser outra, porém, a distorcemos para nossos fins. Agora, quando os indígenas se alfabetizam e têm acesso às publicações do passado, eles reclamam de nós energicamente.
5. Não só durante o período colonial a religião cristã foi mais imposta que proposta. Mais do que diálogo, o que houve foi doutrinação. Apesar de tudo, o pensamento religioso de muitos povos autóctones sobreviveu até nossos dias. Não se trata de ressuscitar a todo custo as cosmovisões tradicionais. Entre outras coisas, porque não são mais funcionais na situação em que vivemos e, já não estão em condições de dar resposta aos problemas do indígena de hoje, cuja religião sofreu um processo de secularização, por causa do contato com o mundo moderno. Trata-se simplesmente de conhecê-los, levá-los em conta, apreciar sua riqueza para que a aceitação do cristianismo não constitua uma ruptura com o passado, criando perigosos complexos de inferioridade.
Os jovens
Qualquer planejamento, tanto do trabalho educativo, quanto de programas de desenvolvimento ou de pastoral deve levar em conta a sensibilidade que manifestam os jovens. Porque o perigo é que nos fixemos numa reconstrução um tanto arqueológica da cultura de um povo sem levar em conta que os jovens já estão caminhando em outra direção.
Não se pode falar de juventude indígena em geral, porque há diferenças enormes de país para país e de região para região dentro dos próprios países. Porém, estão aparecendo características que tem algo comum em todos os lugares.
1. Existe uma atitude bastante difusa entre os jovens aspiração à modernização. Querem conhecer, estudar, migrar, utilizar os meios atuais de comunicação. Isto lhes proporciona um acúmulo tão grande de informações que é impossível não gerarem fortes processos de aculturação. O interesse por conhecer a sua cultura tradicional tem diminuído muito. É possível que um dia, quando retornarem, voltem a apreciar o que é seu. Por enquanto, estão pensando ainda na ida. Um setor muito importante a ser desenvolvido em nossa atividade é o da documentação de suas tradições, no momento em que muitas delas correm o risco de desaparecerem totalmente. Por causa disso ficarão agradecidos. Alguns já nos agradecem hoje. É um trabalho que não podemos fazer sozinhos. Por isto é conveniente estabelecer boas relações com o mundo dos antropólogos e trabalhar com eles. Minha experiência é que não somente é possível, mas que é algo que pode dar bons frutos.
2. Hoje, os ministérios de turismo tentam resgatar muitos aspectos das culturas tradicionais através da folclorização. É um caminho muito perigoso. Ritos, celebrações, mitos que constituíam pontos de referencia vitais para reviver os relatos fundantes das comunidades, se convertem em simples espetáculos oferecidos a curiosidade de turistas, desejos de gravar em suas câmeras cenas exóticas. Muito cuidado devemos ter também com a chamada inculturação da liturgia, para que não se converta, ela também, numa operação de maquiagem, e em definitivo, numa folclorização a mais.
3. Vivemos num mundo em que tudo se torna metaliza e se valoriza de acordo com as vantagens econômicas que proporciona. Os indígenas não estão livres do contágio desta mentalidade. Com freqüência os escutamos afirmar que hoje a prioridade é resolver os problemas urgentes: terra, sobrevivência, trabalho, educação dos filhos… de tal forma que não sobra tempo para outras preocupações. Porém, na realidade, o que está acontecendo é que especialmente os jovens estão perdendo os valores espirituais e se convertem em candidatos perfeitos para engrossar as filas dessa parte da população que vivem o agora, não têm ideais, se deixam levar por qualquer moda ou interesse imediato, facilmente se agregam a bandos ou se constituem na força dos partidos populistas. Se antes trabalhamos bastante para levar a estes povos o chamado “desenvolvimento”, hoje deveríamos gastar energia ainda maior, para ajudá-los a descobrir valores que dão sentido à sua vida. Porque as mudanças têm sido tão rápidas que eles têm dificuldades de assimilá-las. Sua cultura já não está em condições de oferecer motivações solidas e da cultura moderna estão captando só os aspectos negativos.
4. Fala-se muito
6. O tema da implantação da igreja local com rosto indígena abre um grande capítulo para esta reflexão. Não vou me estender muito nesta problemática. Vou limitar-me a algumas pontualizações. A construção de uma comunidade eclesial não se pode planejar de maneira isolada, sem antes levar em consideração a situação em que vive o grupo em sua totalidade: grau de aculturação, migrações, realidade econômica, organização política… Hoje os indígenas se deslocam, viajam, se misturam, se conectam, atuam na gestão do território. É muito importante que celebrem a sua fé, louvem a Deus e organizem sua vida solidária enquanto Povo, de acordo com os seus valores culturais. Porém é preciso evitar o extremo de se constituírem comunidades fechadas em torno de si mesmas. Em outras palavras: que não aconteça que interajam em muitos campos e no religioso se isolem. Em definitivo, não deve ser o missionário aquele que toma as decisões, escolhe os signos, e impõe seus pontos de vista. Os que devem fazê-lo são os próprios indígenas, de acordo com sua sensibilidade.
Conclusão
Gostaria de terminar com duas constatações. A primeira. É muito difícil falar genericamente de indígenas e mais ainda de possíveis perspectivas na área de seu acompanhamento, por que vivem experiências totalmente diferentes. Por isso, minhas reflexões têm sido muito genéricas.
Segunda. Temos que admitir que a temática relacionada com o mundo indígena perdeu a incidência. Por volta de 1992 (5º centenário da evangelização na América) a questão indígena despertou a atenção mundial, porém hoje voltou a estar na sombra e não se prevê que possa ser colocada
Afirmar que os últimos são nossa opção preferencial é algo que se repete tanto que pode correr o risco de converter-se em um slogan vazio. Os indígenas não são os únicos que ocupam o último lugar na sociedade. Mas certamente fazem parte desse segmento. Devemos cuidar para que seus rostos não se convertam em iconografia folclórica, que ilustra a apresentação de nossa atividade. Se assim fosse, trairíamos uma das tradições mais belas e meritórias do trabalho salesiano na América Latina.