Abril – Jornadas de Lutas
350 sem-terra do MST estão acampados no Trevo do Lagarto
Chegaram ontem a Cuiabá 350 homens e mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) para iniciar as Jornadas de Lutas em mais um abril.
Todo ano, nesse mês, o Movimento, em todo o país, realiza atos e protestos para lembrar o Massacre de Eldorado dos Carajás em que 19 sem-terra foram assassinados por pistoleiros. O Massacre aconteceu no Pará, há 15 anos; os assassinos continuam impunes.
Os militantes que chegaram de várias regiões do Estado – Cláudia, Sinop, União do Sul, Araputanga, Mirassol, Rosário Oeste e Rondonópolis – pretendem colocar a reforma agrária em pauta nas duas cidades, Cuiabá e Várzea Grande.
Mal chegaram e, conforme do MST, os sem-terra já estão sendo ameaçados de expulsão. Mas eles pretendem ficar no Trevo do Lagarto até o dia 17.
No dia 18, seguem em caminhada até Várzea Grande, aonde vão se unir a outros movimentos sociais, para denunciar o estado de abandono daquela cidade.
No dia
“Nesse abril, o MST quer também ressaltar que fatos como os ocorridos no Pará demonstram que os resquícios da escravidão continuam muito presentes no Brasil, já que para os donatários e senhores da terra de épocas remotas, matar negros e pobres não era crime e sim limpeza, por isso ninguém era punido por esses crimes. Infelizmente essa realidade ainda continua muito presente nas ações truculentas da justiça, fazendeiros, políticos e do agronegócio”, lamenta Carneiro.
VEJA A PAUTA DO MOVIMENTO:
– Cumprimento das metas do Plano Nacional de Reforma Agrária de 2005 – Assentar 100 mil famílias ano;
– Revisão dos índices de produtividade. O Atual índice é de 1975;
– Reestruturação e fortalecimento do INCRA com valorização dos servidores e concurso público urgente;
– Mais Qualidade para os Assentamentos – Escolas, saúde, lazer etc..
– Plano Emergencial para Assentar 90 mil famílias que estão acampadas vivendo em péssimas condições;
– Aumento de recursos para o PRONERA;
– Renegociação das dívidas dos assentados e liberação de créditos para as famílias assentadas
– Construção de Agroindústrias cooperativadas nos assentamentos;
– Incentivo a Produção agroecológica
– Universalizar a Assistência Técnica para todas as famílias assentadas.
Principais pontos de pauta
– Assentamento imediato de 2.500 famílias
– Infraestrutura básica para os assentamentos, como estradas, postos de saúde da família, melhoria as escolas do campo e principalmente água potável.
– Assistência técnica para todas as famílias assentadas
– Cursos técnicos e superiores para assentados e seus filhos/as
– Reorganização do INCRA com pessoas no comando que tenham mais disposição de resolver os problemas dos acampamentos e assentamentos, que tenham mais capacidade técnica e administrativa e vontade política de negociar com os movimentos sociais, governo do estado e prefeitos.