Rio Peruaçu e povo Xakriabá ameaçados
Pavimentação da estrada que liga cônego marinho/MG a Miravania/MG coloca em risco a sobrevivência do povo Xakriabá. E a situação em que se encontra a comunidade xakriabá do Peruaçu/Dizimeiro é preocupante
Durante esta semana estamos acompanhando os impactos causados pela pavimentação da do trecho Cônego Marinho/Miravânia – MG, que esta sendo realizado pela construtora EMPA. A água utilizada na construção da estrada está sendo retirado do Rio Peruaçu. O Rio Peruaçu é de suma importância para a sobrevivência do povo Xakriabá e ao longo dos anos vem sendo explorado por grandes empresas, na década de 80 e 90 empresa de mineração comprometeu a vida do rio juntamente com empreendimentos do setor da pecuária, recentemente os Indígenas vêm observando o avanço do plantio de eucalipto na região do Dizimeiro (território Xakriabá). No que se refere a mais esta ação de destruição do Rio Peruaçu, os indígenas relatam que as águas do rio diminuíram significativamente, sua vazão é pequena e certamente não comportará o volume de água utilizada diariamente pela empresa (EMPA). Ainda de acordo com os indígenas Xakriabá, já fazem 10 dias que o motor foi instalado no leito do rio sendo o mesmo proveniente de um outro córrego que não suportou a demanda,além disso, é grande a quantidade de óleo diesel que se espalha pelo leito do rio bem como as mudanças ocorridas na coloração da água,contaminando todas as formas de vida que dependem do Rio Peruaçu para sobreviver.
A poluição provocada pelo motor de sucção é tamanha que está comprometendo as reservas (lagoas que abastecem o rio no período seco e serve como local de desova dos peixes), causando erosões e comprometendo a todo um ecossistema, que contém veredas (partes alagadas) berço dos buritizeiros e várias outras espécies de plantas, aves e animais.
Todos os impactos decorrentes da pavimentação desta estrada já foram alvo de intensas discussões com o poder público Estadual, FUNAI e Ministério Público Federal, juntamente com representantes da construtora. No tocante a área de domínio dos Indígenas Xakriabá ainda não existe estudos sobre os impactos desse empreendimento sobre o território Xakriabá.
No dia 3 de fevereiro, um grupo de lideranças xakriabá se reuniu no local e deram alguns encaminhamentos. A nível externo estão sendo feitas denuncias aos órgãos competentes. Os Indígenas Xakriabá deram um prazo de 24 horas para que a empresa apresente documentos que á autorize o uso da água do Peruaçu para tocar o serviço, mas até agora nada.
Estamos acompanhando o desfecho dos acontecimentos.
Equipe Xakriabá, CIMI Leste.