Ypo’i e a (in)justiça
Egon Heck
O dia 20 de outubro já se despedia, quando a juíza Lisa Taubemblatt pronunciou mais uma sentença contra os direitos indígenas.
Uma das lideranças presentes ao julgamento/audiência ligou dizendo que não consegue mais dormir, pois está temendo pela sorte de sua comunidade. Está extremamente angustiada pensando o que poderá vir a acontecer. A traumática experiência de violência e morte lhe atormenta. Por isso suplica a todas as pessoas de bom coração que não permitam que eles sofram mais uma vez graves violências.
Campanha pelos direitos e pela vida
Diante da grave realidade de isolamento, fome, desassistência, ameaças e o cerco a que a comunidade do Ypo’i está submetida, a Anistia Internacional fez uma campanha solicitando providências imediatas. Nas centenas de cartas enviadas aos ministros da Justiça e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, vem expresso “peço aos Senhores e às autoridades brasileiras que garantam a segurança dos membros da comunidade e assegurem que eles tenham acesso à comida, água, cuidados de saúde e que possam se deslocar livremente…solicito que a Polícia Federal conclua a investigação sobre a morte de Genivaldo Vera e o sobre o paradeiro de Rolindo Vera e que os responsáveis sejam levados à Justiça”. As centenas de cartas também são de dezenas de países, dentre os quais Bélgica, Holanda, Israel, Japão, Croácia, França, Espanha, Itália, Alemanha e EUA.
Neste momento essa campanha se estende ao clamor urgente para que não se consuma mais uma violência e expulsão da comunidade do Ypo’i de seu sagrado chão, seu tekoha tradicional.