Povos indígenas realizam encontro de espiritualidade indígena
Entre os dias 5 e 7 de outubro foi realizado em Vilhena (RO) o encontro de espiritualidade indígena com o tema: “Nossa Cultura, fonte de nossa resistência”. O evento reuniu indígenas de diferentes povos como os Mamaindê, Nambikwara, Tawandê, Sabanê, Lacundê, Aikanã, Kwazá, Tupari, Wasusu, Terena e Manairisu.
Veja abaixo o documento final emitido ao final da reunião:
Documento Final do Encontro de Espiritualidade Indígena
Nós, líderes espirituais dos povos Mamaindê, Nambikwara, Tawandê, Sabanê, Lacundê, Aikanã, Kwazá, Tupari, Wasusu, Terena e Manairisu, reunidos entre os dias 5 e 7 de outubro de 2010, no Centro de formação Piraculino, Vilhena – Rondônia, estivemos refletindo sobre “Nossa Cultura, fonte de nossa resistência”.
A terra é vida e é sagrada para nosso povo, é como o ar que respiramos, e a água é como o sangue da mãe terra. Vamos resistir e continuar com nossas danças, histórias, cantos e festas tradicionais de nossas culturas. Reafirmamos o compromisso de repassar para as gerações futuras a nossa língua e nossas tradições, fortalecendo a força espiritual dos pajés e valorizando a medicina tradicional e a escrita da nossa língua, porque a língua materna é nossa arma de luta, é nosso documento.
Manifestamos nossa preocupação quanto:
- As terras sagradas, que ficaram fora da terra demarcada, é lá que habitam os espíritos dos antepassados.
- As invasões de nossos territórios por: madeireiros, plantadores de soja, linhão, hidrelétricas que causam o desmatamento, pescadores que roubam os nossos peixes e outros.
- Os mais jovens que já não querem participar das danças, festas e rituais antigos.
Todas estas preocupações já foram previstas pelos pajés, que com ajuda dos espíritos, nos falaram desses acontecimentos.
Com isso reafirmamos que nossa cultura é verdade, o que hoje sabemos da nossa cultura, foi repassado pelos mais velhos, que são nossa historia viva. Vamos continuar acreditando na força espiritual dos pajés, teremos a proteção dos espíritos, para resistir com a nossa cultura e nossa espiritualidade.
Vilhena, 7 de Outubro de 2010.