Fazendeiro é condenado a 16 anos pela morte do padre Josimo
O fazendeiro Osvaldino Teodoro da Silva, o “Mundico”, foi condenado a 16 anos de reclusão, durante Júri Popular, em Imperatriz, pelo assassinato do padre Josimo Moraes Tavares, ocorrido em
A pena deve ser cumprida na Penitenciária de Pedrinhas,
Estava marcado também para ontem, o julgamento por meio de júri popular do irmão do fazendeiro, Nazaré Teodoro, o “Deca”, mas não foi realizado. Os dois são acusados de terem sido os mandantes do assassinato de padre Josimo.
Em defesa do povo
Padre Josimo era conhecido como o padre preto de sandálias surradas, e lutava em defesa do direito do povo. O sacerdote atuava na luta pelos mais pobres na região do “Bico do Papagaio”, na época, pertencente ao Estado de Goiás; e, hoje, Estado do Tocantins. Por isso causou ódio aos fazendeiros da região, e foi ameaçado de morte várias vezes. Josimo era coordenador da Comissão Pastoral da Terra Araguaia-Tocantins, no Centro de Imperatriz, e passou a denunciar os grileiros de terra.
Em abril de 1986 sofreu um atentado, mas não foi atingido pelas balas. Ao perceber o perigo de morrer escreveu um testamento reafirmando o compromisso com o povo. “A minha vida nada vale em vista da morte de tantos lavradores assassinados, violentados, despejados de suas terras, deixando mulheres e filhos abandonados, sem carinho, sem pão e sem lar”, afirmou o padre. Um mês depois, foi assassinado com dois tiros pelas costas quando subia as escadarias do prédio onde funcionava o escritório da CPT.
O crime teve grande repercussão nacional e internacional na época em que ocorreu.
Outros acusados
Após 24 anos do crime, a Justiça condenou vários acusados de terem feito parte do assassinato contra o sacerdote. O pistoleiro Geraldo Rodrigues da Costa foi julgado e condenado a 18 anos e meio de prisão, pelo Tribunal do Júri em 19 de abril de 1988. Ele escapou três vezes da penitenciária de Goiânia (GO) e acabou morrendo ao fugir de uma perseguição policial.
Outras pessoas envolvidas no caso que foram condenadas e estão em regime semiaberto. O único que continua preso é Osmar Teodoro da Silva, que na época do crime era presidente da Câmara de Vereadores de Augustinópolis (TO).