06/08/2010

Indígenas no Tocantins debatem encaminhamentos de ações definidas na última Assembleia

Indígenas representantes de povos de Goiás e Tocantins estão reunidos em Palmas entre os dias 5 e 7 de agosto para debater das demandas apontadas na I Assembléia dos Povos Indígenas de Goiás e Tocantins, realizada no último mês de maio. Na pauta da reunião, coordenada pelo Conselho Indigenista Missionário regional Goiás/Tocantins (Cimi-GO/TO), além da avaliação da Assembleia, serão definidos os  próximos passos  na luta pelo cumprimento de seus direitos.

 

Ontem, além da avaliação da I Assembléia, foram definidas as prioridades a serem discutidas e exigidas em Audiência Pública que será realizada no Ministério Público Federal hoje, dia 6, das 8h às 18h. Cerca de 60 pessoas participaram da avaliação, representando as comunidades Krahô, Krahô Kanela, Apinajé, Xerente, Karajá de Xambioá e da Ilha do Bananal, Karajá de Aruanã e Tapuia.

 

De acordo com os organizadores, foi perceptível que a I Assembléia ajudou a fortalecer a organização dos grupos indígenas da região. Entretanto, há uma preocupação sobre a continuidade das ações em prol das demandas apontadas no documento final da I Assembléia. Durante a reunião foram organizados grupos de trabalho que pontuaram as questões apontadas no documento e os encaminhamentos a serem tomados na Audiência Pública.

 

A liderança indígena Antônio Veríssimo Apinajé, membro da diretoria da Associação Penipxá, da Aldeia Areia Branca de Tocantinópolis, frisou a necessidade da organização e continuidade da luta pelos direitos dos povos indígenas. “Essa avaliação sinaliza que a luta não está parada, vamos apresentar o documento na audiência e dar continuidade às ações. Precisamos ficar atentos neste período de eleições e não abrir mão da nossa pauta, que é um dever do Estado”, frisou.

 

Já Valquíria Poyoy Krahô, da Adeia Morro do Boi em Itacajá, destacou que uma das principais causas a serem reivindicadas na Audiência Pública diz respeito à questão da saúde. “Se você não tem estrada, nem veículo que preste, nem médicos, não tem saúde boa. Perdi minha sogra porque não tivemos como levá-la para o médico. É disso que estamos tratando aqui, procurando uma forma para melhorar”, afirmou.

 

Outra preocupação de Valquíria é a educação. “Tem jovens que vão terminar a oitava série e a gente não sabe como vai fazer para eles continuarem estudando, porquê na Aldeia não tem escola pra eles continuarem”, informou.

 

Além dos povos que já estão participando da avaliação, também estarão presentes na Audiência Pública instituições públicas e privadas ligadas à causa indígena, como a Fundação Nacional do Índio (Funai), Secretaria Estadual da Educação, Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Departamento Estadual de Estradas e Rodagens (Dertins), e Rede Celtins.

 

Assembléia

 

Realizada entre os dias 24 e 27 de maio, no Campus de Palmas da Universidade Federal do Tocantins (UFT), a I Assembléia dos Povos Indígenas de Goiás e Tocantins reuniu cerca de 350 índios na discussão de soluções para os  problemas comuns enfrentados, além do grande intercâmbio de culturas.

 

Na Assembleia, os principais assuntos discutidos, foram os impactos enfrentados nas aldeias  em razão de empreendimentos econômicos, as questões da saúde e da educação indígena, e  o desenvolvimento sustentável.

Fonte: Cimi Regional Tocantins
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