Demarcação das terras indígenas cobrada na Justiça
“Somos um povo com muita força, espiritualidade e esperança, marcadas pela nossa experiência e sofrimento na busca incessante de nossas terras.
Nós, povos Kaiowá e Guarani, somos mais de 40 mil pessoas no estado de Mato Grosso do Sul. Temos a segunda maior população indígena do Brasil e a pior situação de violência e falta de terra em todo país.
Fomos expulsos de nossas terras e confinados em pequenas áreas. Destruíram nossas riquezas naturais, nossos rios e matas para dar lugar a soja, o gado, a cana e, agora, também o eucalipto. É inaceitável que um boi
Dia bonito de sol aberto. Sob a tenda da plenária a benção dos deuses. Sob a mesa rústica os inúmeros “Koatiá”-documentos são abençoados e entregues às autoridades. Eles expressam montanhas de sofrimentos e esperanças. Sobre Kurusu Ambá abriga o aguerrido povo Kaiowá Guarani em mais uma Aty Guasu. Momento de solidariedade, força e união. A reivindicação maior está na carta das lideranças “nós nunca abandonaremos a luta por nossos territórios tradicionais”.
Ministério Público cobra
O procurador Dr. Tiago, do Ministério Público
Essa tem sido uma das comunicações mais importantes feitas na grande Assembléia. Porém outras informações importantes estavam sendo aguardadas, principalmente no que diz respeito aos processos envolvendo assassinados das lideranças indígenas. Com relação ao processo sobre o assassinato dos professores Guarani do Ypo’i, Genivaldo e Rolindo, disse que as comprovações dos violentos assassinatos já estão bem consistentes no inquérito, que deverá estar concluído dentre de 60 dias. Já quando à localização do corpo do Rolindo, mostrou-se o procurador um tanto pessimista “acho muito difícil encontrar o corpo que deve ter sido escondido, enterrado em algum lugar”. Porém não descartou a possibilidade de voltar à procura, caso surjam pistas concretas a esse respeito. Outras informações sobre andamento de inquéritos de lideranças indígenas assassinadas foram prestadas. Com relação a Nhanderu Marangatu, cujo laudo pericial já foi concluído e entregue ao juiz, disse se uma questão de consciência e promessa de não sair de Ponta Porã sem ter se empenhado para que volte aos índios em breve, boa parte dos
Na carta da Aty Guasu de Kurusu Ambá, que aconteceu de
O que não entendem, ou não querem entender, é que jamais vão conseguir nos calar ou fazer com que deixemos nossa luta pela retomada de nossas terras! É um caminho sem volta! Quanto mais nos agridem mais decididos ficamos pela reconquista definitiva de nossos territórios. E mais vamos avançar! Podem passar várias gerações e nosso povo continuará até a retomada de TODAS as nossas terras tradicionais!”.
Egon Heck
Povo Guarani Grande Povo
Dourados, 29 de julho de 2010